sábado, 13 de junho de 2009

Destruir a Casa Branca é coisa do passado

Eu não tinha nenhuma vontade de ver Anjos & Demônios porque acredito que uma história do Dan Brown já seja suficiente. Mesmo assim fui lá sem nenhuma expectativa e acabei gostando bastante. Não é nenhum grande filme mas também não vi problemas graves. É agradável, envolvente e um pouco filosófico sobre a questão fé x ciência. A história não toma partidos e basicamente diz que ambas as áreas podem viver juntas. Eu não sei se esta imparcialidade conta pontos para o filme, parece um maneira de agradar os dois lados por medo de uma repressão - e sofreu do mesmo jeito pelo Vaticano, já é até natural. Só que se A&D tendesse para um dos lados, a minha apreciação por ele iria depender do lado escolhido. Então sua imparcialidade, desta forma, parece uma saída justa.

Já gostei do seu começo por abordar dois assuntos da história recente: a escolha de um novo Papa e o LHC. Mais para frente iremos ver que o novo representante poderá ser um jovem padre. Aí me pergunto por que eles têm que ser velhinhos e retrógrados. Experiência de vida não é o mais importate. A trama se desenrola quando os quatro prefereti (os mais cotados para ser o novo Papa) são sequestrados e Robert Langdon de cabelo novo é chamado para decifrar o mistério com todos os seus conhecimentos porque uma certa mensagem foi deixada no local. A trama de O Código Da Vinci é imbatível no sentido de ser a mais instigante e provocante. Mesmo sendo bem inferior neste quesito, a adaptação de A&D é superior pois não me cansou em nenhum momento. Código foi extremamente longo, parecia que nunca iria acabar. A química entre o Tom Hanks e a Audrey Tautou era praticamente nula. Já a sua parceira neste é a atriz Ayelet Zurer. Quem? É, também nunca vi mais gorda. Ah, ela está em Munique do Spielberg de acordo com o IMDB! Isto não ajuda ainda, não lembro nada de Munique. O que importa é que ela teve muito mais afinidade com o Hanks em A&D e em nenhum momento foi sugerido um interesse romântico entre os dois. E ela foi a responsável pelo momento mais engraçado na minha opinião.

Que polícia despreparada era aquela? O sequestrador do filme eliminava com uma facilidade incrível. Umas aulas com os matadores da Camorra não fariam mal. A sequência que mais gostei foi uma em que milhares de fiéis esperam pela revelação do novo Papa na Praça de São Pedro e uma catástrofe começa a acontecer. Foi visualmente bonita e gostei não porque era o Vaticano que sumiria do mapa. Apesar dessa parte ser a mais eletrizante, a maior revelação só vem depois e nem foi surpreendente para mim porque eu já esperava. E olhe que eu sou péssimo para perceber detalhes.

Um pequeno problema do filme, quer dizer, não sei se é um problema mas quem consegue acompanhar o raciocínio do Robert Langdon? Um enigma é apresentado e logo ele vem com a resposta. O público não tem tempo para pensar. A maioria (including myself) não tem conhecimento suficiente de todas as igrejas italianas ou de toda a lenda dos Illuminati, por exemplo, então o filme sai perdendo quando bombardeia o público com questões que não iremos responder antes do Langdon, logo não temos como saber o próximo local da investigação. Mas como adaptar o livro sem ser desta forma? Acho que não tem como, a não ser que a fidelidade seja sacrificada.

O elenco coadjuvante deste é mais desconhecido com exceção do Ewan McGregor. Tem também o Armin Mueller-Stahl, o dono do restaurante de Senhores do Crime e o Stellan Skarsgård de Mamma Mia. Assim como o Ian McKellen roubava as cenas no Código, o Ewan ficou muito bem aqui. Mais uma vez foi dirigido pelo Ron Howard que teve uma década bem irregular com o seu ápice sendo Frost/Nixon? Convenhamos que Uma Mente Brilhante está caindo no esquecimento e ele é bem duvidoso.

Nota: ****

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