terça-feira, 10 de abril de 2007

Pecados Íntimos

O período das vacas gordas ainda continua. Mesmo que eu não vá ver Borat, Apocalypto ou O Labirinto do Fauno, ainda tem Dreamgirls até o fim de semana. Aproveitando a Segunda Irresistível do Severiano Ribeiro, fui ver Pecados Íntimos. É simples, o filme é excelente, o elenco (adulto e infantil) está brilhante, o roteiro ajuda e o final engrandece tudo o que veio antes. É claro que certos elogios devem ser dados ao livro no qual o filme é baseado. Se eu gostei do final é porque no livro está assim. Normalmente é assim. Um grande exemplo de quando isto não acontece é O Catelo Animado onde o que mais gostei foram as mudanças que o Miyazaki fez em relação à história original.

Só conheço a Kate Winslet e a Jennifer Connelly do elenco. O restante não me recordo. A cada novo trabalho da Kate, eu admiro mais seu talento. Mesmo que o seu papel seja ruim, ela o faz parecer especial. Não é o caso de Pecados Íntimos. Aqui ela é uma esposa, mãe e mestra em literatura cujo marido a troca por pornografia na internet. Ela começará um romance com Brad, um jovem pai que visita o playground da comunidade e que também possui um casamento problemático pois sua mulher é obcecada pelo trabalho. Só que ele não é tão insatisfeito. Está tentando passar no exame da ordem dos advogados pela terceira vez mas ao invés de estudar, ele fica observando um grupo de skatistas que nunca falam com ele. Brad é amigo de Larry, um ex-policial que se enconde atrás de sua hipocrisia. Este é o fundador de um grupo formado por alguns pais contra o pedófilo (agora ex-?) que acaba de retornar à sociedade. Uma das coisas que gostei é que ele não é um vilão, os personagens não são divididos em bons e maus. Quem somos nós para julgarmos alguém que já abusou de crianças se também somos semelhantes? Não estou falando de termos feito o que ele fez. A participação do Jackie Earle Haley (indicado ao Oscar por ator coadjuvante) interpretando o pedófilo é pequena e é a mais marcante do filme. Gostei muito de sua mãe também que sempre o defende não por ser sua mãe.

Enquanto o filme prosseguia, eu não fazia idéia de como aquelas histórias acabariam. Eu me senti um pouco envergonhado ao pré-julgar o Jackie Haley no final. Ele sai à noite com uma faca, está alterado e irá por acaso encontrar Kate e a filha. O que eu poderia imaginar?

Eu terminei de escrever este texto duas semanas após ter visto o filme. Teria escrito mais antes mas fiquei doente dois dias depois daquela segunda-feira e o pior de tudo foi que perdi Dreamgirls.

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