quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Hauru No Ogoku Shiro

Os filmes de animação que costumo ver são aqueles produzidos pelos estúdios americanos até porque são eles que chegam em massa por aqui. O que é uma pena pois as melhores animações são feitas no outro lado do mundo. Descobri isso há poucas semanas ao assistir três filmes de Hayaio Miyazaki, o gênio da animação japonesa. São eles: Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado.

Comecei por Chihiro que sempre quis ver. Ganhou um Oscar, Urso de Ouro em Berlim, ultrapassou o Titanic no Japão, etc. Mas não quero entrar em detalhes do filme porque quero mesmo comentar o Castelo. Mas Chihiro me fez querer ver mais filmes deste diretor. Eu estava com muito sono naquele dia e acabei cometendo o pecado de cochilar em algumas partes mas já foi o suficiente para perceber a genialidade de Miyazaki. Consegui assistir Mononoke dias depois mas não alcança o nível de Chihiro. Não que ele seja ruim. No próximo dia foi a vez de ver o Castelo Animado que eu fui com expectativa de ser o melhor destes três. E não é que era verdade?

O Castelo conta a história de Sophie, uma jovem de 18 anos que acha que seu destino é ter uma vida humilde trabalhando na loja de chapéus de sua família. Um certo dia, Sophie é amaldiçoada por uma bruxa e fica com a aparência de uma senhora de 90 anos. Com medo de ser vista assim pelos seus conhecidos, ela foge da cidade e no caminho encontra o castelo de Howl, um jovem e bonito mago que tem fama de comer o coração das belas moças. O filme é baseado no romance Howl's Moving Castle de 1986 de Diana Wynne Jones. Mas eu só soube que era uma adaptação depois de ver o filme. Na verdade, nem é uma adaptação já que Miyazaki fez o filme a sua maneira ao mudar a trama e personagens e acrescentar seus elementos.

Composto de um visual deslumbrante, Castelo une aventura, romance, humor, fantasia e sensibilidade em sua forma mais pura. Até tem espaço para umas piadinhas mais adultas, algo normal numa animação que não é voltada estritamente ao público infantil. A partir do momento em que Sophie entra no castelo e começa a conhecer seus moradores, não tem como deixar de ficar encantado com tudo aquilo. Os dois moradores que ela logo conhece são muito fofos. Calcifer é um foguinho mau mas muito, muito mau e guarda um segredo de Howl. Markl é o aprendiz de Howl e cuida dos negócios do seu mestre quando este fica ausente. Markl é apenas um garoto mas é tão adulto ao mesmo tempo. Você se afeiçoa a todos eles intensamente. O filme contém algumas cenas realmente emocionantes.

Quando vi pela primeira vez, fiquei com algumas dúvidas. As informações não são dadas claramente como de costume. Não sei se é uma característica do diretor ou da animação japonesa em geral. Quando vi novamente, tudo ficou mais claro. Mas alguns pontos ainda ficam para reflexão. Assisti a versão Piratex. E para minha surpresa o DVD será lançado no país em setembro e virá com alguns extras. Foi o melhor filme que vi este ano e quero rever muito mais. Dá até vontade de aprender japonês!

omoide no uchi ni anata wa inai
soyokaze to natte hoho ni furetekuru

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Vamos jogar?

Eu nunca tive vontade de assistir Jogos Mortais por causa dos comentários que escutava. Na locadora, os dois volumes - o terceiro e último (?) chega aos cinemas em outubro - sempre estavam disponíveis mas eu sempre ignorava.

Numa tarde de tédio ao passear pelos canais Telecine, vi que o primeiro JM iria começar em breve. Como estava sem fazer nada mesmo, resolvi encarar os tais jogos. É curtinho, passou rápido. Para minha surpresa, eu até simpatizei com aquela produção de baixo orçamento. Mas é tão baixo que dá pena. A fotografia é ruim e os dois protagonistas do jogo atuam tão pavorosamente que você sente vergonha por eles. Mas isto é comum nestes filmes de terror, para fazer cara de medo qualquer um é contratado.

O que eu achei realmente interessante, pelo menos para mim, foi a originalidade do que serve de base para a história. Isto diferencia o JM dos outros filmes de terror atuais. Aqui não existe nada de criancinha diabólica, nem grupo de amigos sendo mortos um a um pelo serial killer, nem casa amaldiçoada. JM trata de um psicopata que põe suas vítimas num ambiente onde terão que jogar de acordo com as regras para escapar da morte. Mas como estender esta idéia durante o filme é um problema. Aí entram as situações já bem conhecidas de investigação policial, problemas familiares, etc. O ator Micheal Emerson é quem mais se destaca. Foi uma boa surpresa ver este filme após conhecer o ator fazendo Henry Gale na segunda temporada de Lost.

No final, a trama tem uma reviravolta imprevísivel (?) o que deixa o filme com jeito de "cult" (?). E a gente fica com cara de "I was punk'd".

Foi então que resolvi locar o JM2. Não quis esperar para ver algum dia no Telecine. O orçamento deste foi só um pouquinho mais caro que o do primeiro o que permitiu uma melhora de alguns aspectos técnicos como fotografia. Os protagonistas participantes do jogo agora são MENOS PIORES que os do primeiro mas ainda chegam a provocar risadas.

O filme começa com uma boa referência do anterior. Esta parte e a reviravolta no final é o que há de mais interessante. O meio já não é mais novidade. O destaque aqui vai para Tobin Bell, o vilão. Assim como no primeiro JM, os bonzinhos são tão chatos que a gente torce pelos vilões.

Os sádicos devem adorar estes filmes que agradam mais o público do que os críticos. O sangue nem chega a ser exagerado. Quem gosta de ver gente serrando o próprio pé ou arremessada num buraco cheio de seringas usadas, está dada a dica.