quarta-feira, 21 de março de 2007

A Rainha

A principal razão para querer ver A Rainha era a Helen Mirren devido a todos os prêmios pela sua atuação. E o filme também recebeu críticas positivas. Lá fui eu provar. Mesmo tendo cochilado, o filme é bem agradável e até divertido. Não conheço a rainha Elizabeth II mas Helen Mirren está totalmente convincente no papel. Uma caracterização impecável. O filme mostra a situação da monarquia britânica entre a chegada do novo Primeiro-Ministro Tony Blair e a semana que sucedeu o acidente com a Princesa Diana. O foco maior é a posição da rainha em relação às críticas severas do povo pela ausência de um pronunciamento oficial por parte da realeza sobre a morte de Diana. Ela se sente pressionada por todos os lados, principalmente pelo Tony Blair, para fazer o tal pronunciamento em público. Gostei quando perguntam sobre a mudança de uma frase no discurso já preparado e a rainha responde que não tem opção. É disto que tudo se trata. Acalmar o sofrimento ilusório de toda aquela gente.

As cenas da Diana me fizeram perceber como não tenho uma mínima lembrança dos noticiários de quando ela era viva. Só lembro bem das notícias do acidente e que o único single que comprei na vida é o do Elton John regravando Candle In The Wind. Foi bom ver como Diana era vista pela família Real naquela época e conhecer mais o relacionamento com os outros líderes políticos que é cheio de divergências. Acho que o filme não quer endeusar ninguém já que só mostra a família real perante àquela situação específica mas Diana sai como vítima.

Não vale a pena nem citar o passatempo de Harry e William. "A mãe de vocês morreu. Que tal matar uns bichinhos para se sentirem melhor?"

segunda-feira, 19 de março de 2007

Babel

Após um longo período de três semanas sem ver nada na telona, as opções estão de volta. Eu poderia ter visto Babel semana passada mas ainda bem que não saiu de cartaz. Quando assisti Amores Brutos no começo do ano, eu disse que iria ver 21 Gramas antes de Babel só que a minha sorte não ajudou. Fui à locadora pegar 21 mas disseram que não possuíam mais o disco porque um sujeito fugiu com alguns e 21 estava no meio. Aparentemente é um ladrão de bom gosto. Só resta o Telecine exibir para mim.

Gostei muito de Babel mas Amores Brutos tem algo a mais. Eu só fui me envolver com a história a partir da metade, o começo é lento e muito arrastado. A fórmula é a mesma. Quatro histórias diferentes que estão interligadas por algum fator. Diferentemente de Amores Brutos que narra as histórias separadamente, Babel intercala as três durante todo o filme. Eu gostei disso porque separadamente as histórias não conseguem se sustentar. Por exemplo, quando estava passando a história no Marrocos com o Brad Pitt e a Cate Blanchett, eu logo ficava cansado. Aí mudou para o México, a atenção voltou. Cansei deles, cortam para o Japão. Fica sempre neste vai e vem.

Os destaques vão para Adriana Barraza e Rinko Kikuchi. Gostei das cenas da Adriana com as crianças no deserto. Torci muito por ela e não fiquei nenhum pouco preocupado se a Cate iria sobreviver ao tiro. A história que mais gostei foi a da Rinko mesmo sendo a mais enigmática, e deve ser a única que irei lembrar melhor. Toda a sua luta para ser aceita foi a que mais senti.

Babel é um grande retrato cultural também mostrado através de um casamento mexicano, da miséria de um povo no Marrocos e da juventude japonesa. Acho que isto foi o que mais tirei proveito do filme. As histórias e os personagens não são tão intensos como em Amores Brutos. Até a ex-modelo berrando "Ritchie! Ritchie! Ritchie!" de Amores e mais interessante que o drama do Brad e da Cate. Mas a finalização das histórias de Babel foram suficientes para eu ter gostado dele de forma geral.