Mais uma sessão dupla no fim de semana resulta em um post único. Independente de suas visões políticas, o Michael Moore sabe fazer um documentário que prende a atenção do começo ao fim. Talvez por isso muitos achem que ele é melhor cineasta do que um documentarista. Ainda não vi Tiros em Columbine mas gostei bastante do Fahrenheit 9/11. Sicko é tão arrasador quanto o anterior. Tem o característico humor ácido que o Michael incorpora em assuntos sérios. Desta foi foi a decadência do sistema de saúde americano. Na verdade, nem é a decadência já que o tal sistema nunca funcionou. Fala principalmente dos interesses econômicos dos planos de saúde e da autonomia que o governo Bush deu às indústrias farmacêuticas para venderem os medicamentos pelo preço que quiserem. O Michael ainda visita a Inglaterra, França e Cuba e descobre a “gratuidade” dos sistemas de saúde nestes países. O documentário está cheio de casos reais absurdos. O depoimento que mais me afetou foi a de uma funcionária de um serviço que informa cotações de preços dos planos. Ela relatou o caso de um casal que ficou aliviado por achar que conseguiu um plano de saúde mas ela, a funcionária, sabia que em alguns dias o pedido do casal seria negado e ela não podia falar nada. É de partir o coração. Mas o fato mais inacreditável é o que aconteceu com o dono do maior site anti-Michael. Só assistindo para saber do que se trata. Mal vejo a hora de ver o que o Michael vai atacar em seguida.
Nota: *****
Estive esperando por Senhores do Crime desde setembro de 2007 quando vi o trailer e achei fantástico. Aí corri para assistir a parceria David Cronenberg/Viggo Mortensen em Marcas da Violência que ainda não tinha visto. Gostei mais da segunda metade dele. Senhores do Crime já começa ganhando porque as duas metades são equilibradas. Mas confesso que fiquei só um pouquinho desapontado. Embora eu tenha gostado bastante, senti que faltou alguma coisa que também não sei dizer o que seria. O Viggo está espetacular e o seu personagem, um mafioso russo, transmite um ar enigmático que persiste mesmo depois do final da sessão. A Naomi Watts também está ótima. Eu gosto dela pela sua diversidade. Os seus papéis em, por exemplo, Cidade dos Sonhos, O Chamado, O Despertar de uma Paixão, King Kong e 21 Gramas são tão diferentes e ela não decepciona em nenhum deles. A Naomi faz em Senhores uma parteira que irá investigar o passado de uma garota que morreu durante o parto e o seu possível envolvimento com os mafiosos. Eu adorei a narração do diário da garota durante o filme. O estilo violento explícito e chocante do Cronenberg está lá. Não basta cortar a garganta do rapaz com uma navalha em um único movimento, ele tem que serrar. Uma moça ao meu lado se incomodou. E quando a garota grávida sangra entre as pernas, ela deixa a sala de cinema. Acho que não custa nada se informar um pouco antes de ver o filme. É um Cronenberg, então vai ter sangue. Bem, minha experiência com o diretor só envolve dois filmes e vendo o making-of de Marcas da Violência, percebi que ele gosta de sangue, de como seus personagens morrem, etc. Mas havia alguém bem informado atrás de mim pois ele falou “É agora” quando a sauna apareceu. O fato interessante é que Senhores do Crime seria a mesma coisa sem a violência? Acho que não. É como Os Sonhadores sem o sexo. Não funcionaria. E mais ainda, a violência de Senhores não se torna gratuita. É um grande filme e possui umas reviravoltas bem sacadas no final.
Nota: ****
Nota: *****
Estive esperando por Senhores do Crime desde setembro de 2007 quando vi o trailer e achei fantástico. Aí corri para assistir a parceria David Cronenberg/Viggo Mortensen em Marcas da Violência que ainda não tinha visto. Gostei mais da segunda metade dele. Senhores do Crime já começa ganhando porque as duas metades são equilibradas. Mas confesso que fiquei só um pouquinho desapontado. Embora eu tenha gostado bastante, senti que faltou alguma coisa que também não sei dizer o que seria. O Viggo está espetacular e o seu personagem, um mafioso russo, transmite um ar enigmático que persiste mesmo depois do final da sessão. A Naomi Watts também está ótima. Eu gosto dela pela sua diversidade. Os seus papéis em, por exemplo, Cidade dos Sonhos, O Chamado, O Despertar de uma Paixão, King Kong e 21 Gramas são tão diferentes e ela não decepciona em nenhum deles. A Naomi faz em Senhores uma parteira que irá investigar o passado de uma garota que morreu durante o parto e o seu possível envolvimento com os mafiosos. Eu adorei a narração do diário da garota durante o filme. O estilo violento explícito e chocante do Cronenberg está lá. Não basta cortar a garganta do rapaz com uma navalha em um único movimento, ele tem que serrar. Uma moça ao meu lado se incomodou. E quando a garota grávida sangra entre as pernas, ela deixa a sala de cinema. Acho que não custa nada se informar um pouco antes de ver o filme. É um Cronenberg, então vai ter sangue. Bem, minha experiência com o diretor só envolve dois filmes e vendo o making-of de Marcas da Violência, percebi que ele gosta de sangue, de como seus personagens morrem, etc. Mas havia alguém bem informado atrás de mim pois ele falou “É agora” quando a sauna apareceu. O fato interessante é que Senhores do Crime seria a mesma coisa sem a violência? Acho que não. É como Os Sonhadores sem o sexo. Não funcionaria. E mais ainda, a violência de Senhores não se torna gratuita. É um grande filme e possui umas reviravoltas bem sacadas no final.
Nota: ****
3 comentários:
Oi, Julio. Bom, eu adoro o Michael Moore, adorei Sicko, até quero ver de novo. Já Senhores do Crime eu vi duas vezes até agora, e pra mim é melhor filme de 2007. Simples assim. Mas pô, a moça que saiu da sessão saiu bem no comecinho, né? A cena do sangue da moça grávida (que não tem nada de explícito) é logo no início. Não acho que Senhores seja mais violento que tantos outros filmes. Gosto muito do Cronenberg, acho seus dois últimos filmes de uma maturidade enorme, e meio que torço o nariz quando ele tenta chocar por chocar. Ele já fez isso várias vezes em sua longa e frutífera carreira, mas não é caso aqui.
Eu falo bastante sobre Senhores (e sobre o Cronenberg) no meu blog. É só procurar na busca.
www.escrevalolaescreva.blogspot.com
Eu morro de preguiça do Michael Moore, é como você disse, para mim ele não é um documentarista. Acho os filmes sempre maniqueístas e sempre aquela coisa, diferente de um verdadeiro documentarista, ele usa o filme para justificar uma posição sua já tomada e constói tudo para que sua posição se mostre a mais correta, mesmo que isso inclua mentiras, dertupar alguns fatos... Enfim, ele quase me faz ser republicana! Apesar de que é uma figura importantíssima no cenário por ser uma voz destoante, apesar de que hoje, quem apóia o Bush, não é mesmo?! E acho aquela parte do "inimigo" dele de lascar!
Agora, o "Senhores do Crime" eu amei, acho o Cronenberg cada vez melhor, se o Moore é maniqueísta aqui os personagens são todos meio dúbios. Mal posso esperar pelo próximo filme que é uma adaptação de uma peça do Christopher Hampton sobre Freud, Jung e a Sabina Spielrein, apesar de já ter um filme sobre isso.
Beijos, Alê
ai, sou dividida em relação ao Michael mas não perco um documentário seu. e o eastern promises? uma obra-prima
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