quarta-feira, 16 de maio de 2007

Hannibal - A Origem do Mal

Esta nova aventura de um dos mais famosos vilões do cinema, Hannibal Lecter, é quase ruim porém assistível. Quando estou vendo um filme que não está me agradando, torço para acabar logo. Já este Hannibal, suportei sem problemas até o final. Como o subtítulo diz, vamos conhecer a origem do mal, ou pelo menos tentar entender. A razão por ele ser assim é porque sua irmãzinha Mischa foi servida de banquete para uns soldados soviéticos durante uma guerra na Lituânia. Flashes da garota sendo levada para o abate são repetidos várias vezes durante o filme e isto foi o que me causou mais desconforto. Hannibal cresce com este trauma, estuda Medicina em Paris e depois vai atrás dos homens que mataram sua irmã. Esta é principal trama do filme que possui um texto fraco, atuações simples e não acaba convencendo. É claro que seria injusto comparar com Anthony Hopkins mas Gaspard Ulliel merece algum crédito pelo seu trabalho. Ele é francês e acredito que seja seu primeiro trabalho em língua inglesa. Ele conseguiu fazer certas expressões que eu realmente gostei. Já aquela genialidade por trás do personagem de Hopkins não existe aqui.

Quando a gente vê O Silêncio dos Inocentes, torcemos pelo Lecter porque gostamos de vê-lo manipulando a agente Starling mas não queremos ver a filha da senadora morta também. Acontece algo semelhante em Dragão Vermelho (2002). Em A Origem do Mal, torcemos pelo Lecter simplesmente porque os soviéticos são retratados como os vilões de verdade, eles são maus e comem criancinhas. Então quando o Lecter mata um deles, aquilo é um ato heróico. Se ele come as bochechas das vítimas ou as tortura é outra coisa.

Hannibal vai primeiramente à Paris atrás de um tio, lá descobre que ele já faleceu, só a esposa dele está viva, interpretada pela Gong Li. Ela vai ser uma espécie de mentora, irá ensinar a arte dos samurais e será cúmplice de Hannibal em seus crimes ajudando-o a se livrar da polícia. É um papel bem mal aproveitado.

Não sei definir o gênero do filme. Não é terror. Suspense é só em duas ou três cenas. Chamar de drama é exagero. Então não sei. Há uma cena quase no final em que o Hannibal marca o peito do homem com um M e diz "M de Mischa", aí lembrei do filme V de Vingança que até agora não vi mas tenho muita Vontade.

sábado, 5 de maio de 2007

Homem-Aranha 3

Eu fiz tudo certinho. Comprei o ingresso antecipadamente, ganhei um pôster que ainda não sei qual será sua utilidade, enfrentei uma fila enorme para entrar na sala e tudo isto para quê? Amor pelo Aranha é que não foi. Apenas para ficar livre já que o filme ocupará a sala pelas três próximas semanas, no mínimo. É o começo da época dos blockbusters, ou seja, é hora dos estúdios faturarem. Isto explica a quantidade de trailers exibidos antes do Homem-Aranha 3. Deixe-me ver se lembro de todos: Os Simpsons, Quarteto Fantástico 2, mais uma animação com pingüins, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Shrek Terceiro e Piratas do Caribe. Depois de tudo isso veio o prato principal que até é digerível mas não tão facilmente como os dois anteriores. Os erros acabaram influenciando o entretenimento que mesmo assim não deixa de ser ótimo. Eu detestei o primeiro filme, adorei o segundo e quando vi novamente o primeiro, mudei de opinião. Nesta terceira parte, Peter Parker vai enfrentar problemas no relacionamento com Mary Jane, descobrir um novo detalhe sobre a morte do seu tio e chegará a lutar com quatro inimigos incluindo ele mesmo.

Aumentar o número de vilões foi uma boa sacada. O problema é que eles não são tão interessantes. As ações maléficas do Homem-Areia são justificadas pelo dinheiro para a saúde da filha (como o nosso super-herói é muito nobre, ele o perdoa) e o fotógrafo que se tornará o Venom quer a morte do Peter só porque perdeu o emprego por causa dele. Profundidade zero. Queria saber porque estes dois vilões emitem sons não humanos, o Areia quando está em seu maior tamanho no final me lembrou um King Kong. O Duende Verde e o Dr. Octopus nunca deixaram de ser humanos e não emitiam estes sons selvagens. O terceiro vilão não chega a ser um vilão de verdade, Harry Osborn incorpora um Duende Verde Júnior e quer vingar a morte do pai. Seu mordomo conta umas verdades e ele se torna um aliado do Peter. James Franco está excelente em todo o filme. Usando a armadura do Duende ou deitado sem memória numa cama, acho que é quem mais se destaca. O quarto e principal inimigo é o próprio protagonista que terá seu egocentrismo testado ao entrar em contato com uma gosma preta que caiu do céu. Quando o novo Peter entra em ação, o filme chega ao fundo do poço e não podemos levar mais nada a sério. Parece que foi inspirado em alguma comédia adolescente como American Pie. Tive até pena do Tobey Maguire. Quando ele sai azarando as mulheres na rua com seu penteado emo, fiquei pensando por que o Sam Raimi teria feito isto com seu herói preferido. Mas ainda bem que este momento é superado porque quando o Aranha parece não ter mais para onde ir lá para o final, ele recebe ajuda do Duende Júnior. E foi esta a minha salvação durante a sessão.

Não sei se explorar demais os problemas conjugais do Peter com MJ foi algo agradável para os fãs. Tem uma cena num restaurante francês que eu até achei divertida mas a Kirsten Dunst não tem função nenhuma neste filme a não ser cantar, reclamar por ter perdido o emprego e servir de isca para o Homem-Aranha. Talvez a cena de maior impacto dela foi quando beijou o Harry pois os fãs do super-herói presentes não foram nada simpáticos com a moça. Quando ele se diverte com a Bryce Dallas Howard de Manderlay e A Vila, eles adoram. Só há pouco tempo eu soube que era filha do Ron Howard.

O momento em que tive mais vontade de rir foi quando o Stan Lee invadiu a tela conversando com o Peter. Eu lembro que ele já apareceu nos outros mas não me recordo se chegou a falar alguma coisa. J.K. Simmons mais uma vez colocado para entreter o público como o maluco chefe do Clarim Diário. Eu gostei de um parte em que o Peter pergunta de onde todos esses homens vêm, se referindo aos vilões. Não achei os efeitos especiais tão maravilhosos. Em algumas cenas estáticas, era totalmente visível o cenário todo virtual.

É claro que o filme vai faturar horrores, já foram U$ 104 milhões em todo o mundo só na sexta-feira. Mas nunca vai se tornar a maior arrecadação de todos os tempos como disse um animal numa matéria que eu li.