quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias

Quase que eu perdi o início do filme. Primeiro, o trânsito atrapalhou devido a um ônibus quebrado bem no meio da avenida. Segundo, a máquina de imprimir os bilhetes enguiçou com a pessoa da fila a minha frente. Terceiro, não houve terceiro. As opções da semana eram Xuxa Gêmeas, Anjos da Vida e O Ano, ou seja, só havia uma escolha. Até já chegou aqui Cassino Royale no Iguatemi mas eu nunca vou lá, espero subir para os cinemas mais próximos de onde moro - o que não é sempre uma boa idéia, foi assim que perdi O Labirinto do Fauno, entrou no Iguatemi e saiu de cartaz em uma semana. Volver e Sunshine também só duraram uma semana mas ainda bem que não entraram no Iguatemi. Como eu ia dizendo, eu só tinha uma escolha esta semana e como o trailer de Anjos da Vida não vende o filme, faz o contrário, quis distância dele. Não que eu tenha ido ver O Ano só por eliminação, havia até um motivo mais especial para prestigiar. Palavras do diretor do CineCidade: Um grande filme que o CineCidade trabalhou muito para conseguir exibir...

Eu estou enrolando mesmo para falar do filme. A primeira coisa que pensei foi que ele não é nada ruim, logo só pode ser muito bom. Um garoto viciado por futebol é deixado com seu avô enquanto seus pais fogem dos militares que governavam o nosso país. Mas ele não sabe a real razão das férias dos pais e vai ser cuidado pelos judeus da comunidade já que o avô morre. A maior parte do filme se passa durante a Copa Mundial de 1970, só assim para eu saber (ou lembrar) que o Brasil venceu esta numa final contra a Itália e que seu primeiro adversário foi a Tchecoslováquia. A narração do garoto deve ser a coisa mais bela desta produção. Também gostei do retrato dado a sua infância, suas brincadeiras, as festas, seus sonhos e a tristeza por não saber onde estão os pais, é bem sincero. O filme não analisa profundamente a situação política do país e não acho que seja sua função. E é tão nostálgico, me fez lembrar da nossa televisão preto e branco, o futebol de botão que eu só joguei nos anos 90...

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