quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Eragon

Quando cheguei em casa, meu pai perguntou se eu havia ido ver o filme da Xuxa e mencionou que eu não perdia um filme dela durante a minha infância. De fato, só lembro de ter visto Super Xuxa Contra o Baixo Astral no cinema mas acho que vi também o Lua de Cristal. Os tempos eram outros e nem sei se sentiria nostalgia caso os assistisse atualmente. Enfim, não houve escolha. Tive que ver Eragon dublado. E eu já esperava não entender todos aqueles nomes. Na verdade, só tenho certeza do nome do protagonista. Não sei se um americano compreende mais facilmente a maioria desses nomes de personagens e lugares. Com Eragon aconteceu a mesma coisa que o Código Da Vinci. As críticas me tiraram qualquer chance de esperar um filme que fosse pelo menos bom. E no final acabei gostando mais do que achava que iria gostar. É claro que Eragon está longe de ser excelente mas também não é tão inútil como a crítica americana diz. Até que funciona como entretenimento.

O que mais achei bonito no filme foi a relação entre Eragon e seu dragão. Foi o que mais me convenceu, mesmo com os seus diálogos batidos. Eu que não tenho bicho de estimação, fico até com vontade de ter. Se eu não tivesse visto o elenco antes, iria ter uma surpresa ao ver o nome de Joss Stone nos créditos iniciais. E sua dubladora tinha uma voz muito grave. Ed Speleers até que se saiu bem para o seu primeiro papel mas precisa melhorar, se é que atuação importa nestes gêneros. As cenas de constrangimento são comandadas pelo espectro Durza. Um garoto de dez anos não vai enxergar Eragon como o seu herói, apenas deve achar o máximo ele voar num dragão. E este é o maior defeito do filme. Faltou a magia da jornada épica e assim o público não se envolve intensamente com a história. Vi o garotinho ao meu lado bocejar algumas vezes. Não gostei quando Eragon expressa que sua maior preocupação é matar os inimigos antes mesmo de dominar uma espada. Um desejo assassino bastante elevado para um jovem fazendeiro de coração nobre. Falando nisso, eu acompanhei atentamente as notícias do enforcamento do Saddam Hussein na madrugada de sábado para domingo e isso me deixou numa vontade de ver de novo Dançando No Escuro. Foi até mais forte desta vez.

Eu tinha esquecido completamente que o público de Eragon poderia ser mais diversificado. Não tem comparação com aqueles que vão assistir Volver, por exemplo. A sessão de Eragon estava quase lotada e ainda enfrentei cinco minutos de fila. É incrível como as crianças sabem se comportar mais e não são elas que fazem piadinhas racistas quando a mocinha vai chamar Eragon após ele ter tomado banho no esconderijo daquele grupo de pessoas que não entendi o nome.

A Fox deverá fazer mudanças para a sequência Eldest. Eragon decepcionou nas bilheterias americanas e foi pior ainda no Reino Unido. Comecei 2007 de forma excelente. Não, não é por causa de Eragon. Assisti Amores Brutos do Alejandro González Iñárritu com o Geri García Bernal (era o que tinha no guia eletrônico da NET). Agora é esperar Babel chegar por aqui, até lá tentarei ver 21 Gramas.

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