segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Se minha patroa tivesse um amante...

Fiquei com muita vontade de ver Primo Basílio quando assisti o trailer antes dos Simpsons. E felizmente entrou em cartaz aqui. Eu não vi nada novo na semana passada porque não soube qual era o menos pior: Licença Para Casar com a Mandy Moore ou A Volta do Todo Poderso. Na dúvida, fiquei em casa. Em compensação, assisti no feriadão um dos filmes de 2006 que eu mais queria ver e ainda não vi. O Prestígio (também conhecido como O Grande Truque). Dreamgirls, Filhos da Esperança e O Labirinto do Fauno são os restantes da lista. Vamos ao primo, adaptação do romance de Eça de Queiroz. Gostei muito até uma certa parte que corresponde um pouco mais da primeira metade. Depois exploram outros aspectos que tiram o charme da primeira metade que é a infidelidade e deixam o filme interminável. Acho que até ri onde não deveria.

O elenco Global da vez fica por conta de Débora Falabella e Reynaldo Gianecchini que fazem o casal romântico no final dos anos 50 que prega a fidelidade acima de tudo. Fábio Assunção é o primo e futuro amante da Débora. O casal ainda tem duas empregadas protagonizadas por Glória Pires e a sempre ótima Zezeh Barbosa. Laura Cardoso que eu pensava não estar mais viva ainda faz rapidamente duas cenas. A história é mais ou menos assim. Basílio (Assunção) chega em São Paulo da Europa. Ele e Luísa (Falabella) irão começar um ardente relacionamento enquanto seu marido está em Brasília trabalhando. Juliana (Pires) descobre a traição da patroa e usará isto para tirar dinheiro e ter uma aposentadoria decente. Na verdade, é mais uma vingança porque Juliana foi sempre maltratada por Luísa. O que gostei começa quando o filme deixa o público ansioso pela traição. A Débora sempre parece tão novinha e já está chegando aos 30. Acho que ela representa o desejo erótico do público feminino de ter o Fábio Assunção. E como o Gianecchini está fazendo um sotaque muito irritante, será mais fácil suportar o Assunção mesmo com seus verbos em segunda pessoa do singular. As cenas de amor entre os primos é de um erotismo belíssimo e intenso. Você sente as pessoas ao seu redor sem respirar. Os únicos momentos em que achei a Débora exagerada foram nas cenas em que ela se irrita com a Glória. O inverso se tornaria divertido depois. Há anos que eu parei de assistir novelas e Primo Basílio me fez relembrar aquela época. Há algumas características de dramalhões. A descoberta da traição pela empregada seria como o assunto dos próximos capítulos. A chantagem está no ar.

Quando Gianecchini volta de viagem (sem sotaque!) e o Assunção volta para a Europa, o filme se perde um pouco. A relação com o amante era muito mais interessante do que com o marido. As cenas em que a Glória dava o troco na Débora, pelo menos, quebravam o clima maçante. Eu posso estar exagerando mas acho que demorou muito para sabermos se o marido iria descobrir a traição. Era a única coisa que o público queria saber depois do seu retorno.

Eu fiquei impressionado com o número de idosos na sala. Acho que para eles era como estar em suas residências assistindo a novela das oito. Foi muito simpático quando três senhoras de cabelos brancos entraram, andando devagar até acharem onde sentar. As freguesas do Baú merecem um momento de diversão.

Nota: 7,5

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