
A história é sobre um caçador (Josh Brolin) que acha um belo malote de dinheiro e o assassino frio Anton “Sugar” Chigurh (Javier) é enviado para recuperar os dólares. Tommy Lee Jones é o xerife que segue os rastros de maldade deixados pelo Sugar. O espanhol Javier Bardem (Mar Adentro, Carne Trêmula) está assustador de verdade. E nem é por causa do cabelo. Sua personificação deste monstro já se imortalizou na história do cinema assim como Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes. Parece que estes dois vilões liberam o nosso lado sádico. Se você não tem este lado como eu, vai sentir da mesma maneira um certo prazer pelas maldades nas duas horas do filme. A única coisa que não gostei no Javier foi a sua voz de Darth Vader. O Josh também fez um trabalho expecional e ainda tem a Kelly Macdonald (que fez Trainspotting quando era novinha) como sua esposa. Não há o que reclamar do elenco individualmente e é melhor ainda quando estão contracenando. É uma maravilha ver os personagens serem construídos em camadas. O Javier atuando com o dono da loja, com o Josh, com a Kelly... Cada um deles representa uma camada que vai adicionando algo em nossa percepção sobre o Javier com o passar do tempo. Isto vale para outros personagens. Pegue todas as pessoas com quem o Josh Brolin atuou e você vai perceber também sua construção complexa. Só depois percebi que o Javier não matava todo mundo que cruzava o seu caminho. Normalmente ele costuma usar uma moeda para decidir. Parece absurdo mas se encaixa perfeitamente com sua mente psicótica. Alguns sabem domar a fera como a dona dos trailers e o Sugar a deixou viva sem consultar sua moeda. Mas no fundo eu queria que ele acabasse com ela. Há uma cena hilária de um grupo de mariachis cantando para o Josh, a fulga vai parar no México.
Deveria ser proibida a entrada de pessoas com alimentos barulhentos (=pipoca). Aquele longo e silencioso início no deserto do Texas ao som de crack-crack não é muito agradável. Aliás, o filme todo é assim seco, sem trilha sonora, lento. Eu achei fascinante esta narração árida quando vi A Criança dos Dardenne. Parece que tudo fica mais intensificado. Os momentos de suspense de Fracos são de primeira. Quem quase não teve um ataque cardíaco quando o Javier arromba a porta do quarto do Josh? Fracos explora um pouco de vários gêneros igualmente sem partir para um específico. É suspense, terror, ação, até lembra um filme noir. Nenhum estilo fica devendo ao outro. Perto dos Coen, os fracos não têm vez.
PS: Uma semana depois, descubro que entendi o filme todo errado.
Nota: *****
3 comentários:
Adorei a confissão final!
Adorei a confissão final! E não entendo o descontentamento de muitos com ele, eu acho que cada personagem teve sua tragetória fechada em vários momentos e chegou naquela metáfora final que apenas expressa o que o xerife viu de tudo aquilo.
Beijos, Alê
joel e ethan! entendeu tudo errado? rssss veja de novo então
Lu
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