sábado, 23 de setembro de 2006

3 em 1

A melhor coisa em locar filme que não é blockbuster é a conservação do disco. Sempre está limpo, não vem com arranhões e nem preciso tirar aquelas marcas horríveis de dedo. Vamos aos filmes do fim de semana:

Orgulho e Preconceito: Só havia basicamente uma razão para eu querer ver este. A Keira Knightley é a protagonista e ainda foi indicada ao Oscar como Melhor Atriz. Não que ela seja uma excelente atriz, mas a conheci em Simplesmente Amor e gostei dela. Em Orgulho, eu não vi nada que justificasse a tal indicação. Ela está apenas bem, nada de excepcional. Arrisco até dizer que não tem muita diferença para a outra Elizabeth (de Piratas do Caribe). Preferi mais o Matthew Macfadyen que faz o (des)interesse amoroso de Elizabeth, ele convence mais. Estes romances de época não fazem parte dos gêneros que eu gosto então não sei falar de Orgulho. Mas gostei da sincronização dos diálogos com os passos das danças.

2001: Uma Odisséia no Espaço: Acho que esse é o primeiro clássico que assisto em meses. O nome poderia ser mudado para 3001. E cuidado para não sair dançando valsa, nunca ouvi tanto Strauss sem ser numa festa de 15 anos. O filme é uma ficção científica fascinante. Os efeitos especias devem ter sido mais ainda para aquela época. 3001 é cheio de tomadas longas, estações e naves espaciais que se movem, movem, movem e movem, também giram. Confesso que o final é muito enigmático para mim. E não é uma questão de rever o filme. A resposta não está lá.

Os Esquecidos: Já devo ter visto alguma reportagem dele por aí nesses programas sobre cinema mas só peguei mesmo porque tinha a Julianne Moore na capa do DVD. O filme é um suspense convencional que tenta criar uma clima dramático através do amor entre mãe e filho. Vale a pena ser visto só pelos sustos que vai levar. Ainda tomei três mas os seguintes foram previsíveis. Bem idêntico a Plano de Vôo, só que este veio depois e só tem humanos.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

I've seen what I was - I know what I'll be

Dançando no Escuro era o filme que eu mais queria ver há meses. Lia um comentário aqui, outro ali e eu só ficava mais interessado. Talvez seja o filme que mais fiquei interessado em toda a minha vida. Só conhecia a canção I've Seen It All. Após tanto esperar, eu consegui assistir há 10 dias. E foram logo três vezes em três dias seguidos para rever o que eu tinha gostado e para tentar achar o que eu tinha perdido.

Gostei muito. Mas como eu não sabia o que esperar dele por completo, não tem como dizer se superou minhas expectativas. A única coisa que eu sabia era que é um filme extremamente comovente. Está aí o que devo ter perdido. Não fiquei abalado como as pessoas ficaram (pelo menos 99% das pessoas que viram, e deixaram comentários pela internet e que eu li, choraram). Sim, o filme tem muitos motivos para deixar o espectador afetado, e com razão. Mas o problema foi comigo mesmo. Não senti nada.

DnE foi o segundo filme de Lars von Trier que vi. O primeiro foi Dogville. Mas só foi com DnE que conheci mais o diretor. Queria ver Dogville de novo. DnE conta a história de Selma, interpretada perfeitamente pela Björk (possivelmente a única pessoa capaz de fazer o papel), uma imigrante da Tchecoslováquia que mora nos EUA para salvar a visão do filho. Selma é humilde, cativante, apaixonada por musicais e faz de tudo pelo filho. E como ela sofre. É angustiante. Não posso falar muito do Lars. Sei que ele tem orgulho de nunca ter colocado os pés em solo americano. Em DnE, ele critica severamente o sistema penitenciário daquele país que constrói uma nação a partir da eliminação de seus civis - pena de morte. Outra característica dele é usar a câmera de mão, aquela imagem tremida. Aqui funciona muito bem, aumenta a realidade das cenas. Sem falar que o Lars consegue alguns ângulos incríveis dos rostos dos atores favorecendo o talento de cada um. Ele também é conhecido por explorar bastante o ator. E Björk, do jeito que já é, não suportou...

Faltando pouco tempo para acabarem as filmagens, ela rasgou um vestido com os dentes e abandonou tudo. Sumiu. E ninguém sabia onde estava. Lars nunca se sentiu tão traído. Ele e Catherine Deneuve chegaram a usar uma camisa com IDIOT durante os dias em que ficaram decidindo qual rumo seguir. Esta história está no documentário "Os 100 Olhos de Lars Von Trier" que é tão bom quanto o filme. Depois, Björk resolveu voltar e finalizaram o filme. Björk disse que foi a primeira e última vez que trabalhou como atriz, mesmo levando o prêmio de Melhor Atriz em Cannes. Aposentadoria em grande estilo.

DnE é excelente mesmo. Até agora só consegui analisar o filme como uma crítica aos EUA e apreciar as qualidades de Lars von Trier. Mas entendo quem teve que tomar medicamento para sair do estado de choque após a experiência Dançando no Escuro.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Bill Killed

Ontem assisti Kill Bill Vol. 2. Vi o Vol. 1 há mais de um ano atrás. Demoro mesmo para ver os filmes. Mas aqui tem uma justificativa. Gostei tanto da primeira parte que só iria ver a segunda quando comprasse os DVDs. Mas eu estava esperando pela versão especial com os dois filmes e cheia de extras. Mas o que foi lançado aqui? Um pacote contendo os dois DVDs simples (estes até contêm um material bônus) lançados anteriormente. Tive que me contentar com ele.

Volume 1: O começo deste já é bem atraente. Imagem em preto-e-branco, masoquismo, o bebê é seu, um tiro, a música de Nancy Sinatra e os créditos com a Noiva de perfil. O volume 1 é basicamente cheio de referências aos filmes e seriados asiáticos envolvendo samurais, kung-fu e por aí vai que o Quentin Tarantino assistia. Logo tem muita luta e sangue que não acaba mais. O filme brinca com as cores e tem até desenho. O que mais gosto é o enquadramento e o movimento das câmeras que dão um charme a mais às lutas que possuem belas coreografias. A trilha sonora é outro atrativo (toca até no Superpop da Luciana Gimenez, é claro que deveriam ser processados). Destaque para Twisted Nerve que fica se repetindo na sua mente e você não consegue controlar. A imagem de Daryl Hannah também ajuda. Os personagens são esteticamente bonitos.

Volume 2: Quem só gostou das lutas do primeiro vai dormir logo assistindo o volume 2. São tão diferentes mas ainda assim é um só filme. Se eu percebi bem, a primeira aparição de uma ação à la KBV1 só acontece depois de 50 minutos. Este é muito poético e cheio de diálogos. O ritmo é lento mesmo e acaba com um certo anticlímax. A (...piii...) usa direitinho os ensinamentos de Pai Mei, o Bruto, e acaba com o quinto elemento de sua lista de forma fatal. Os assassinos também têm um lado sensível.

Já vi alguns dizerem que Kill Bill é muito mentiroso. Devem achar que Tarantino acredita mesmo que ao cortar um braço, o sangue jorra daquele jeito.