terça-feira, 1 de abril de 2008

É melhor pular

Se você, assim como eu, não tinha escolha a não ser ver Jumper, meus pêsames. Se puder, pule mesmo. Espere a programação da próxima semana ou veja algum filme novamente. Eu queria ter revisto os Fracos porque descobri que não tinha percebido um detalhe importantíssimo. É vergonhoso. Como foi em cima da hora, tive que prestigiar a ficção-científica dos saltadores. A idéia é bastante inspiradora, só que está tão mal aproveitada e mal explorada que fico com a impressão de que o público alvo seja a garotada de até 12 anos. Uma anomalia genética permite que alguns individuos possam se teletransportar para qualquer parte do planeta desde que já tenha estado no lugar antes ou visto através de uma fotografia. Há os caçadores de Jumpers chamados de Paladinos que pregam a onipresença exclusiva de Deus. Os saltadores seriam como as bruxas durante a Inquisição o que não deixa de ser uma analogia interessante. Mas o que poderia ser um filme promissor (um novo Matrix?), não passa de uma história sem graça focada num protagonista mais sem graça ainda que tem uma vida também sem graça e uma namorada... sem graça. Seguindo esta lógica, nem preciso dizer o que achei do caçador-chefe de Jumpers. E quando tudo parecia perdido, veio a salvação!

O protagonista da história é o Hayden Christensen (Anakin Skywalker). Ele pode ser qualquer coisa menos ator. Ainda na época colegial sofrendo nas mãos dos colegas, ele descobre o seu poder e a primeira coisa que faz é fugir de casa e viver roubando bancos porque, é claro, é o sonho de qualquer garoto. Ele leva esta vida fácil por oito anos. Foi difícil aguentar isto no filme. Qual é o sentido em mostrar o Hayden fazendo um refeição no topo da esfinge no Egito? É o tipo de coisa que faz com que a gente não leve este filme a sério. Depois somos apresentados ao Samuel L. Jackson que entendi ser o chefe dos Paladinos. Vem ação pela frente porque ele vai perseguir e tentar matar o Hayden até o final do filme. Os Paladinos pregam que somente Deus pode estar em vários lugares ao mesmo tempo mas como eles têm uma máquina de teletransporte? Vale negar os próprios conceitos para acabar com um Jumper? Pfff.

A Rachel Bilson (The O.C.) é o interesse romântico do Hayden. Eles não se vêem há anos e quando o Hayden decide visitá-la no bar onde a moça trabalha, ele a convida para ir a Roma. Ela aceita na hora sem questionar. A Rachel está melhorzinha que o Hayden mas o seu papel é tão chatinho. Não dá para entender como ela aceita os segredos do seu namorado. E sua única função é só servir de isca. Todos os filmes de heróis têm isso. O Hayden, na verdade, um anti-herói. Mas sua imoralidade em viver roubando dinheiro é tão bobinha. Em sua jornada, ele conhece a única salvação do filme: o Jamie Bell (o eterno Billy Elliot)!

O Jamie também é um Jumper, só que um experiente em fugir. É muita covardia colocar o Hayden para contracenar com o Jamie. Este é um grande ator desde criança. Ele nunca fez um papel tão importante como o Billy Elliot mas o seu talento não foi perdido. Até já vi uma boa quantidade de filmes com ele e arrisco dizer que em Jumper ele faz o seu melhor trabalho (depois do Billy, é claro. O melhor filme depois do Billy é o Querida Wendy). O seu Jumper tem um sarcasmo excelente, é cativante em todos os momentos e coloca todo elenco embaixo do tapete. Só por causa dele, fui cativado pelos efeitos especiais na sequência de cenas em que ele e o Hayden ficam brigando pelo detonador.

Coitado do Doug Liman. Dirigiu a Identidade Bourne (!!) e depois só vem sendo rebaixado. Sr. E Sra. Smith não é tão ruim mas Jumper não tem justificativa. A sequência já foi confirmada para 2011 mas só irei ver se for centrada no Jamie Bell.

Nota: **

Um comentário:

Anônimo disse...

eu pelei mesmo rsss

Lu