quinta-feira, 19 de julho de 2007

Ratatouille

A cabeça estava um pouco longe quando assisti Ratatouille então não acabei aproveitando quanto eu queria, inclusive dormi em uma parte. Mas acredito ter captado a essência desta animação que é o filme atual mais elogiado pela crítica americana. Ele não é tão comercial, está tendo uma passagem razoável pelas bilheterias e não vai chegar nem perto dos números de Procurando Nemo. Ratatouille e Os Incríveis devem ser as animações mais maduras da Pixar. Antes do filme, um curta bem simpático é exibido. Os ratos só vêm depois. Eu não me diverti tanto quanto outros da platéia mas o saldo do filme é positivo.

A história principal é sobre um ajudante desajeitado e um rato que irão formar uma dupla de cozinheiros de sucesso. Algumas subtramas são desenvolvidas também envolvendo um famoso cozinheiro, um crítico e os parentes do rato principal Remy que é fascinado pela habilidade de cozinhar dos humanos. Há três momentos que eu considero as melhores partes. Uma é quando o rato consegue arrumar uma forma de controlar o jovem ajudante já que humanos e ratos não falam a mesma língua. A segunda parte começou quando meu cochilo acabou. É o ápice do filme, todos aqueles ratos trabalhando na cozinha do restaurante. Quando eles trazem o inspetor da vigilância sanitária amarrado é hilário. E a terceira é a leitura do novo texto do crítico culinário acabando com um "Surpreendam-me" ao som da música de Michael Giacchino (que já compôs para Lost). Por eu não ter estado tão ligado no filme, não me recordo exatamente das frases deste texto. Só lembro naquela hora de ser atingido por aquelas palavras. Vou aguardar o lançamento em DVD para ver de novo.

Todo o filme é bastante sincero e inocente. Faz esquecer que na vida real você odeia as criaturas que estão na tela. Eu não. Já vi gente reclamando que rato é sujo e deve ser exterminado mesmo. Mas de quem é culpa por eles serem assim? De quem é o lixo?

Nota: 8,0

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

O mês de julho está praticamente na metade e Harry Potter e a Ordem da Fênix foi o primeiro filme que vi este mês. Não vou alcançar a marca dos dezoito filmes que assisti em junho. Antigamente eu era suspeito para falar de Harry Potter. Hoje estou mais equilibrado. Eu digo isto porque mesmo tendo a cotação mais baixa de um filme da série nestes sites que calculam uma nota baseada em várias críticas, consigo concordar que é bastante justa. Ela não é ruim de maneira nenhuma (74 no Rotten Tomatoes). É até a melhor cotação das sequências de ogros, piratas e super-heróis lançadas em 2007. Eu não vou reclamar de nada relacionado ao fato de várias passagens do livro terem ficado de fora do filme. O roteiro do Michael Goldenberg ficou bem enxuto assim como o do Cálice de Fogo (Steve Kloves). Ele é ágil mas contém falhas. Achei a primeira metade o grande problema. A segunda consegue se erguer mas não o suficiente para não acharmos que sentimos falta de alguma coisa.

O filme começa estranhamente com Harry se torrando num playground no meio do nada sob um sol escaldante. Aí seu primo com uns colegas chegam e parecem ter saído de um clipe do Eminem. Não se enganem mas é um filme do bruxinho (sic) sim porque os dementadores logo aparecem. Os Dursley estão exageradamente repugnantes. Ainda bem que a participação foi rápida. Não é incoerente o Harry ser punido por ter executado magia na presença de um trouxa enquanto um bando de bruxos velhos voam livremente desviando de embercações na presença de trouxas? Ou toda a sua punição foi somente por ser menor de idade? E como é que seis adolescentes conseguem penetrar sem obstáculos nos lugares mais secretos de um lugar chamado Ministério da Magia? Eu mereço algum desconto pois faz tempo que li este livro.

A primeira metade do roteiro é problemática por ser muito episódica: ataque dos dementadores, casa dos Black, audiência, Dolores Umbridge e Armada de Dumbledore. Depois que introduzem estes elementos, o restante flui mais agradavelmente. O filme tem seus melhores momentos quando faz rir, é um ótimo entretenimento. Os efeitos especiais são um espetáculo à parte, excluindo possivelmente o gigante que não vi muito seu rosto porque s fotografia deixou a cena muito escura. Não é que o aspecto político, por exemplo, a grande novidade desta parte, não seja interessante mas acho que o filme sofre por ser baseado num livro que eu não considero tão cinematográfico. O quinto volume é aquele em que JK Rowling ("To Júlio...", ops) trabalha brilhantemente a evolução dos personagens. Eu não percebi no filme que o Harry tenha progredido satisfatoriamente, posso mudar de opinião quando for ver de novo. Faltou aquele seu lado raivoso que tanto me irritou no livro mas não vou reclamar porque lá no começo eu disse que não iria mencionar sobre fidelidade livro/filme. O que eu quero dizer é que o material para fazer este filme possui características mais importantes do que batalhas, cavalos alados e gigantes. Sem desmerecê-los. A cena da audiência é entediante. Já o primeiro encontro com os futuros membros da AD em Hogsmeade onde Harry explica como é ter lutado contra Voldemort é muito bom. Você percebe uma causa sincera que justifica a criação daquela sociedade. Todos os encontros seguintes são bem aproveitados e o tão aguardado beijo que foi discreto durou menos do que eu esperava porque já tinha lido que duraria demais.

O elenco adulto em geral é normalmente desperdiçado, neste eu achei que a maioria teve sua importância mesmo em participações rápidas. Imelda Staunton (O Segredo de Vera Drake) transforma Dolores Umbridge em um dos personagens mais marcantes da série. Ela é terrivelmente deliciosa em todas as suas cenas desde o primeiro discurso em Hogwarts passando pelas aulas, detenções, inspeções até o seu auge na floresta. O público vibrou quando Harry e Hermione entraram na floresta com ela. Foi uma pena os centauros estarem ali para quebrar o clima daquele momento antes do encontro com o gigante. A outra novidade do elenco é a Helena Bonham Carter mas não gostei muito dela. Gary Oldman retorna com uma participação bem mais decente e sua última cena foi na medida certa. Foi muito gratificante ver Michael Gambon e Ralph Fiennes no maior duelo até agora. Talvez eu esperasse que fosse mais prolongado. Evanna Lynch foi perfeita para o papel que é um dos meus cinco personagens preferidos. A garota captou bem a essência da minha adorada Luna que é a capacidade de provocar um inocente desconforto. Minha cena preferida é quando ela está colando os cartazes à procura de suas coisas que foram escondidas. Em relação ao trio principal, Emma Watson era a minha favorita e Daniel Radcliffe o ator mais fraco quando o primeiro filme foi lançado. Após o quinto filme, os papéis se inverteram. Os três amadureceram bastante mas o Daniel é quem se sai melhor agora. E a Emma fica devendo ao Rupert.

Quando Alfonso Cuarón dirigiu Azkaban, ele deixou sua marca. Mike Newell também. Achei a abordagem do David Yates parecida com a do Mike. Quando tocava essas músicas pop/rock de bandas britânicas, eu lembrava do diretor anterior. E também devido ao ambiente libertino. Há quem não goste de flashes dos filmes anteriores adicionados mas eu gostei. Só achei um mal vício aquelas sequências de imagens para mostrar o Snape lendo a mente do Harry. Yates fez um ótimo trabalho apesar de tudo. Ele fez a Imelda dar uma bofetada impressionante no Daniel. Há uma parte bastante simpática em que o trio discute o beijo do Harry, os diálogos acabam e a cena continua com eles rindo fora dos seus personagens. Acho que isto também aconteceu no filme passado. A Ordem da Fênix é meu blockbuster preferido deste ano até agora mas nada superou a batalha dos navios no redemoinho do Piratas 3.

Nota: 7,5