segunda-feira, 17 de setembro de 2007

David Morse como vizinho? Deus me livre!

Por alguma razão que eu não mais lembro, fiquei com vontade de assistir Paranóia na época em que ele estreou nos Estados Unidos há uns meses. Quando finalmente entrou nos cinemas daqui, onde foi parar meu interesse? É sério, só fui ver mesmo por "obrigação". Devo ter me empolgado porque ele recebeu críticas favoráveis e diziam que era protagonizado por um jovem astro em ascensão que eu nunca tinha ouvido falar, um tal de Shia LaBeouf. Só que Transformers, cujo trailer eu odiava cada vez mais que passava, chegou antes no país e também tinha o tal do LaBeouf. Minha implicação com ele começou por aí. Descobri agora que sua carreira um pouco discreta até então já vai fazer dez anos e ganhou um prêmio em Sundance no ano passado. Iremos vê-lo bastante ainda. Indiana Jones em andamento, não é?

Então fui assistir a Paranóia do LaBeouf sem esperar nada. E ainda bem! Assim foi mais fácil suportar o primeiro terço do filme que eu odiei pra valer. Não quis acreditar que teria que ver drama adolescente antes. O suspense demoraria a vir. O Shia é o típico adolescente descolado americano e usa camisa dos Ramones com a cueca aparecendo. O filme começa com ele e seu pai numa pescaria, aquele blá blá blá para se divertir e conversar certos assuntos sem a presença da mãe (Carrie-Anne Moss). Eles se envolvem num acidente na volta para casa e o pai morre. O Shia ainda está arrasado um ano depois. Ele nem consegue prestar atenção nas aulas de espanhol e o seu professor acaba fazendo um piadinha. Shia dá um soco nele e irá passar três meses em prisão domiciliar com um localizador GPS no tornozelo que o impede de sair de casa. A mãe cancela as contas dele do X-Box e do iTunes e ainda corta o cabo da TV para ficar sem pornografia. O que fazer agora? Exercer seu voyerismo, ué, e melhor ainda, com a nova vizinha loira gostosa. Observá-la nadando na piscina, fazendo alongamentos... o que há de melhor? Sem contar que o Shia é um bom camarada porque vai dividir a visão da loira com seu amigo tarado japonês que vem visitá-lo. A garota ficará amiga da dupla e os três começarão a observar um vizinho que acham ser o responsável pelo desaparecimento de mulheres.

Começou o suspense. E mesmo assim é aquele estilo desgastado. Em um momento a música vai aumentando, algo terrível vai acontecer, o público vai se assustar. Ah, alarme falso. Mas ainda tomei dois grandes sustos. Um foi quando a Carrie-Anne aparece atrás do Shia. Mas como o filme não mete medo, dez segundos depois eu estava rindo por causa do susto. O melhor momento foi quando a câmera se aproximou do vizinho suspeito revelando que era o David Morse!! Eu, pelo menos, só percebi que era ele neste momento. Havia uma comunidade no orkut de pessoas que morriam de medo dele e a descrição era muito divertida. Tá, o David dá medo no filme mas é só ele. O segundo grande susto que tomei foi justamente quando ele apareceu na frente do carro da vizinha loira no estacionamento do supermercado. O clímax acontece numa casa escura com o Shia andando devagar, investigando o lugar, abrindo passagens secretas. Há relâmpagos do lado de fora. A gente sabe o que vai acontecer. Não digo que é filme de Sessão da Tarde porque tem um dedo no final mas é de Tela Quente. E, é claro, o protagonista pega a vizinha no final. Eu gostei quando ele explica porque observa os vizinhos dizendo que é para entender a vida, etc. Pensando melhor depois, vi que ele é um grande mentiroso. O que é que se tem para entender vendo a moça nadando na piscina, hein? O único momento em que me identifiquei com ele foi quando a garota ameaçou jogar o iPod dele na piscina e ele disse que iria perder 60 GB de sua vida. E falando em tecnologia, foi a primeira vez que vi o YouTube sendo mencionado no cinema. Paranóia não funciona como drama e nem comédia. E ainda insiste em tirar sua atenção com aqueles microfones que não param de aparecer no topo da tela.

David Morse é o destaque do filme. Foi a primeira vez que vi o LaBeouf atuando e achei que fez bem o que tinha que fazer. É um papel que qualquer um de American Pie faria sem problemas. Vamos esperar para algo mais sério no futuro o que deve demorar. Sem maldade, é impressão minha ou a Carrie-Anne não entraria mais nas roupas de látex da Trinity?

Nota: 6,0

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanto veneno em tao pouco texto minha gente!

Daria 1 libra para ver vc se assustando no cinema! hahahaha!

Matteo