quarta-feira, 29 de agosto de 2007

"Ninguém gosta dos Simpsons"

Faltando cinco minutos para o início da sessão, só haviam três pessoas na sala. Foi quando entrou um casal com sua filhinha que percebeu o ambiente e soltou: "Ninguém gosta dos Simpsons!". A maioria das pessoas que vai ver Simpsons deve ser como eu, conhece o desenho e seus personagens mas não acompanha assiduamente pela TV. Nem consigo lembrar se já assisti algum episódio completo. Não é que eu não goste, é apenas pela falta de hábito. Assisti recentemente o trecho de um muito engraçado que satirizava a Igreja Católica. Gostei muito do filme. Eu aproveitei este do começo ao fim diferentemente de Ratatouille e é muito melhor do que Shrek Terceiro. As piadas de Simpsons estão colocadas nos lugares perfeitos, é um antiamericanismo divertido que não acaba mais. Brincam com o governo, a polícia, o cidadão alienado... é um humor negro agradável.

O começo por si só já valeu boa parte do ingresso que os otários compraram. Homer pergunta o porquê de pagar por algo que se pode ver de graça. A provocação foi feita (237 torrents no Mininova) e o filme continua com um show do Green Day. O lago de Springfield está tão contaminado que a cidade é posta sob uma cúpula que a isola do restante do país. O Exterminador do Futuro é o presidente dos EUA cuja função é decidir sem pensar. A família Simpson consegue escapar e depois irá retornar para tentar salvar os outros habitantes porque a cidade vai ser destruída pelo governo. Lembrei de Os Incríveis por causa dos problemas familiares abordados intensamente aqui: Bart queria outro pai, Homer e Marge passam por crise conjugal, etc. Os Simpsons também faz referências divertidas a outros filmes incluindo o recente Uma Verdade Incoveniente o que mostra que o trabalho no roteiro iniciado em 2003 prosseguiu com mudanças até em cima da hora. Imagino que uma sequência demore a sair. Há algumas coisas que ficaram sem explicação. O que era aquele bicho de muitos olhos? E qual foi o destino do porquinho de estimação? Esta criatura colocada na história merecia um final pelo menos. Eu sei que existe alguma coisa nos créditos finais. Há uma parte em que uma frase exaltando o futebol brasileiro é dita. Desconfio que sejam os dubladores aprontando. Já ouvi um caso de que na série da TV isto já aconteceu.

Achei curioso ver a garotinha que reclamou da ausência de pessoas assistir um filme com piadas sobre pênis, masturbação e índia de seios grandes. Sem falar que aqui ainda passou o trailer de Primo Basílio. Ela errou ao dizer que ninguém gostava dos Simpsons. A sala se encheu mais em seguida e percebi que todos se divertiram. É recomendável. Um problema de trailer de comédia é que piadas são jogadas antecipadamente. Vi tantas vezes o Porco-Aranha que no produto principal perdeu a graça, ri mais com o Harry Porco.

Vou voltar a colocar títulos nos textos. A outra opção era "1001 maneiras de cobrir a torneirinha do Bart".

Nota: 8,0

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Sem Reservas

Chegou mais uma refilmagem americana de um filme europeu. Só para citar um exemplo, aquele Táxi de 2004 com Jimmy Fallon, Queen Latifah e Gisele Bündchen é uma refilmagem do francês de mesmo nome. Sem Reservas é baseado no alemão Simplesmente Martha. Quase sempre os originais são melhores (estou confiando na opinião de quem já assistiu). Não vou dizer que este é ruim porque eu ficava com aquele sorrisinho em boa parte do filme e queria assisti-lo principalmente para ver a Abigail Breslin, a garotinha do Pequena Miss Sunshine que todos queriam levar para casa.

Catherine Zeta-Jones é uma chef de cozinha que faz terapia. Sua irmã morre e ela ganha a filha, isto é, sua sobrinha, de presente. Catherine se afasta por uns dias do restaurante e quando retorna, encontra o lugar com um subchef temporário (Aaron Eckhart). Ele e Abigail irão transformar a vida de Catherine e todos já conhecem o final desta dramática comédia romântica. O trio está apenas bem. A química entre o casal é, pelo menos, mais aceitável do que em O Terminal onde a Catherine não tem nada a ver com o Tom Hanks. Talvez seja algum preconceito besta meu. O Aaron está agradável e divertido. Quando a câmera mostra a Abigail pela primeira vez, só ouvi os cochichos das pessoas. Ela está adorável como sempre mas me irritou em algumas partes, não é problema da atuação, é o seu papel mesmo que se torna irritante quando começa a chorar demais. Há uma cena desnecessária em que ela se zanga e sai correndo pelas ruas, quase é atropelada. Mesmo com uma história prevísivel, não é difícil ficar lá sentado vendo o tempo passar. Eu até aproveitei cada segundo. Gostei quando a Catherine leva o pedaço de carne cru para o cliente chato e ainda puxa a toalha.

E que história é essa de colocar a Abigail trabalhando no restaurante no final? Ela não deveria estar estudando? Vão perder a guarda da garota... O que eu gosto na Abigail Breslin é sua autenticidade. É só olhar a Dakota Fanning e vão perceber o que quero dizer. Dakota se comporta como adulta e parece um robô falando. É um objeto de Hollywood. Abigail é totalmente o contrário e age como alguém da sua idade. Quando perguntaram como foi filmar Sem Reservas, ela disse que foi divertido porque havia feito panquecas. Dakota teria respondido que foi uma honra ter contracenado com a Catherine Zeta-Jones. Concordo com o Alan Arkin quando disse que foi bom a Abigail não ter ganhado o Oscar.

Nota: 6,5

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Duro de Matar 4.0

A única coisa que eu sabia sobre a história de Duro de Matar era que o personagem do Bruce Willis se chamava John McClane, e só descobri há poucos dias. Dá para perceber que nunca assisti nada da série antes. Acho que este tipo de ação protagonizada por um policial, agente da CIA, etc nunca esteve entre as minhas preferidas (Há uma exceção. Jason Bourne com sua identidade e supremacia). Até hoje nunca vi um Missão Impossível e quando tentei ver o primeiro há umas semanas, dormi. Meu primeiro James Bond foi o Cassino Royale de 2006. Então como eu não queria ficar três semanas consecutivas sem ir ao cinema, fui conferir o 4.0. Esse "4.0" do título nacional parece que é para enfatizar a era da computação. Há uma piadinha interessante em que o Bruce cobre uma câmera com a mão para não ouvirem o que ele fala. O último filme é de 1995, acredito que não haviam ainda introduzido todos esses aparatos tecnológicos e o nosso policial duro de matar ainda não se modernizou, está sempre controlando os namorados da filha.

A produção cumpriu seu objetivo. Muitos tiroteios, perseguições, lutas, carros, caminhões, helicópteros... o que Hollywood sabe fazer bem. E não é que o resultado final é muito bom? Eu me diverti, fiquei aflito e levei sustos. O roteiro não deixa o filme cansativo em nenhum momento. O Bruce vai investigar um grupo terrorista que pretende fazer um ataque cibernético controlando os meios de comunicação, transportes e energia elétrica dos Estados Unidos começando com a implantação do medo na população, algo parecido com o que o Bush fez após o 11/9. Bruce terá como parceiro o hacker que implementou o algoritmo de invasão dos sistemas interpretado por um rapaz chamado Justin Long. O chefe da quadrilha de terroristas é feito pelo Timothy Olyphant. Não conheço nenhum dos dois mas eles estão muito bem no 4.0, só não gostei muito do Cliff Curtis que faz o chefe da Divisão de Investigação Cibernética do FBI, algo assim. É o tipo de ator que já vimos antes mas não lembramos onde. O IMDB me diz que o conheço de Um Crime de Mestre e Encantadora de Baleias, ele fez o irmão da Keisha Castle-Hughes se não me falhe a memória. O Bruce continua em forma para este tipo de trabalho se bem que não estou lembrando de cenas que tenham exigido grande esforço físico, me recordo mais das milhares de vezes que ele fala sussurrando como se fosse um policial que não aguenta mais o batente. O filme tenta explorar a relação dele com a filha mas sem sucesso. A garota não quer vê-lo nem pintado no começo, basta ficar presa num elevador e a primeira pessoa com quem ela quer falar é o pai. Como assim? Eu teria gostado se ela respondesse que queria falar com o não-namorado, afetaria mais o Bruce e o público também. Um vício desses filmes é querer fazer casais, eu tentei acreditar que não haveria nada entre o jovem hacker e a filha do McClane. Os exageros também estão lá, o mais divertido é a quantidade de cabelo que o Bruce arranca da mocinha da quadrilha. A coitada apanhou tanto.

Os efeitos especiais deixam a desejar em alguns momentos sendo até inadmíssiveis. A direção fica por conta do Len Wiseman que tem na bagagem coisas como Godzilla, Homens de Preto e Independence Day onde só trabalhou no Departamento Artístico, mesmo assim é experiente em destruir os Estados Unidos.

Nota: 7,5

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Ratatouille

A cabeça estava um pouco longe quando assisti Ratatouille então não acabei aproveitando quanto eu queria, inclusive dormi em uma parte. Mas acredito ter captado a essência desta animação que é o filme atual mais elogiado pela crítica americana. Ele não é tão comercial, está tendo uma passagem razoável pelas bilheterias e não vai chegar nem perto dos números de Procurando Nemo. Ratatouille e Os Incríveis devem ser as animações mais maduras da Pixar. Antes do filme, um curta bem simpático é exibido. Os ratos só vêm depois. Eu não me diverti tanto quanto outros da platéia mas o saldo do filme é positivo.

A história principal é sobre um ajudante desajeitado e um rato que irão formar uma dupla de cozinheiros de sucesso. Algumas subtramas são desenvolvidas também envolvendo um famoso cozinheiro, um crítico e os parentes do rato principal Remy que é fascinado pela habilidade de cozinhar dos humanos. Há três momentos que eu considero as melhores partes. Uma é quando o rato consegue arrumar uma forma de controlar o jovem ajudante já que humanos e ratos não falam a mesma língua. A segunda parte começou quando meu cochilo acabou. É o ápice do filme, todos aqueles ratos trabalhando na cozinha do restaurante. Quando eles trazem o inspetor da vigilância sanitária amarrado é hilário. E a terceira é a leitura do novo texto do crítico culinário acabando com um "Surpreendam-me" ao som da música de Michael Giacchino (que já compôs para Lost). Por eu não ter estado tão ligado no filme, não me recordo exatamente das frases deste texto. Só lembro naquela hora de ser atingido por aquelas palavras. Vou aguardar o lançamento em DVD para ver de novo.

Todo o filme é bastante sincero e inocente. Faz esquecer que na vida real você odeia as criaturas que estão na tela. Eu não. Já vi gente reclamando que rato é sujo e deve ser exterminado mesmo. Mas de quem é culpa por eles serem assim? De quem é o lixo?

Nota: 8,0

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

O mês de julho está praticamente na metade e Harry Potter e a Ordem da Fênix foi o primeiro filme que vi este mês. Não vou alcançar a marca dos dezoito filmes que assisti em junho. Antigamente eu era suspeito para falar de Harry Potter. Hoje estou mais equilibrado. Eu digo isto porque mesmo tendo a cotação mais baixa de um filme da série nestes sites que calculam uma nota baseada em várias críticas, consigo concordar que é bastante justa. Ela não é ruim de maneira nenhuma (74 no Rotten Tomatoes). É até a melhor cotação das sequências de ogros, piratas e super-heróis lançadas em 2007. Eu não vou reclamar de nada relacionado ao fato de várias passagens do livro terem ficado de fora do filme. O roteiro do Michael Goldenberg ficou bem enxuto assim como o do Cálice de Fogo (Steve Kloves). Ele é ágil mas contém falhas. Achei a primeira metade o grande problema. A segunda consegue se erguer mas não o suficiente para não acharmos que sentimos falta de alguma coisa.

O filme começa estranhamente com Harry se torrando num playground no meio do nada sob um sol escaldante. Aí seu primo com uns colegas chegam e parecem ter saído de um clipe do Eminem. Não se enganem mas é um filme do bruxinho (sic) sim porque os dementadores logo aparecem. Os Dursley estão exageradamente repugnantes. Ainda bem que a participação foi rápida. Não é incoerente o Harry ser punido por ter executado magia na presença de um trouxa enquanto um bando de bruxos velhos voam livremente desviando de embercações na presença de trouxas? Ou toda a sua punição foi somente por ser menor de idade? E como é que seis adolescentes conseguem penetrar sem obstáculos nos lugares mais secretos de um lugar chamado Ministério da Magia? Eu mereço algum desconto pois faz tempo que li este livro.

A primeira metade do roteiro é problemática por ser muito episódica: ataque dos dementadores, casa dos Black, audiência, Dolores Umbridge e Armada de Dumbledore. Depois que introduzem estes elementos, o restante flui mais agradavelmente. O filme tem seus melhores momentos quando faz rir, é um ótimo entretenimento. Os efeitos especiais são um espetáculo à parte, excluindo possivelmente o gigante que não vi muito seu rosto porque s fotografia deixou a cena muito escura. Não é que o aspecto político, por exemplo, a grande novidade desta parte, não seja interessante mas acho que o filme sofre por ser baseado num livro que eu não considero tão cinematográfico. O quinto volume é aquele em que JK Rowling ("To Júlio...", ops) trabalha brilhantemente a evolução dos personagens. Eu não percebi no filme que o Harry tenha progredido satisfatoriamente, posso mudar de opinião quando for ver de novo. Faltou aquele seu lado raivoso que tanto me irritou no livro mas não vou reclamar porque lá no começo eu disse que não iria mencionar sobre fidelidade livro/filme. O que eu quero dizer é que o material para fazer este filme possui características mais importantes do que batalhas, cavalos alados e gigantes. Sem desmerecê-los. A cena da audiência é entediante. Já o primeiro encontro com os futuros membros da AD em Hogsmeade onde Harry explica como é ter lutado contra Voldemort é muito bom. Você percebe uma causa sincera que justifica a criação daquela sociedade. Todos os encontros seguintes são bem aproveitados e o tão aguardado beijo que foi discreto durou menos do que eu esperava porque já tinha lido que duraria demais.

O elenco adulto em geral é normalmente desperdiçado, neste eu achei que a maioria teve sua importância mesmo em participações rápidas. Imelda Staunton (O Segredo de Vera Drake) transforma Dolores Umbridge em um dos personagens mais marcantes da série. Ela é terrivelmente deliciosa em todas as suas cenas desde o primeiro discurso em Hogwarts passando pelas aulas, detenções, inspeções até o seu auge na floresta. O público vibrou quando Harry e Hermione entraram na floresta com ela. Foi uma pena os centauros estarem ali para quebrar o clima daquele momento antes do encontro com o gigante. A outra novidade do elenco é a Helena Bonham Carter mas não gostei muito dela. Gary Oldman retorna com uma participação bem mais decente e sua última cena foi na medida certa. Foi muito gratificante ver Michael Gambon e Ralph Fiennes no maior duelo até agora. Talvez eu esperasse que fosse mais prolongado. Evanna Lynch foi perfeita para o papel que é um dos meus cinco personagens preferidos. A garota captou bem a essência da minha adorada Luna que é a capacidade de provocar um inocente desconforto. Minha cena preferida é quando ela está colando os cartazes à procura de suas coisas que foram escondidas. Em relação ao trio principal, Emma Watson era a minha favorita e Daniel Radcliffe o ator mais fraco quando o primeiro filme foi lançado. Após o quinto filme, os papéis se inverteram. Os três amadureceram bastante mas o Daniel é quem se sai melhor agora. E a Emma fica devendo ao Rupert.

Quando Alfonso Cuarón dirigiu Azkaban, ele deixou sua marca. Mike Newell também. Achei a abordagem do David Yates parecida com a do Mike. Quando tocava essas músicas pop/rock de bandas britânicas, eu lembrava do diretor anterior. E também devido ao ambiente libertino. Há quem não goste de flashes dos filmes anteriores adicionados mas eu gostei. Só achei um mal vício aquelas sequências de imagens para mostrar o Snape lendo a mente do Harry. Yates fez um ótimo trabalho apesar de tudo. Ele fez a Imelda dar uma bofetada impressionante no Daniel. Há uma parte bastante simpática em que o trio discute o beijo do Harry, os diálogos acabam e a cena continua com eles rindo fora dos seus personagens. Acho que isto também aconteceu no filme passado. A Ordem da Fênix é meu blockbuster preferido deste ano até agora mas nada superou a batalha dos navios no redemoinho do Piratas 3.

Nota: 7,5

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Shrek Terceiro

Pior do que assistir Shrek Terceiro é ser obrigado a ver dublado já que as duas cópias da cidade são assim. Quando vi Eragon dublado no começo do ano, achei o som um pouco baixo e não consegui entender algumas falas. Temia que estivesse deste jeito no filme do ogro. Mas não houve problemas, quer dizer, houve só um. O filme. Eu tinha gostado muito do trailer e o que gostei nele acontece bem no início do filme. Entrei em contagem regressiva para a sessão acabar. Bocejei tanto até lá. Eu só não dormi porque minha carteira caiu no chão e levei um susto. Shrek Terceiro é terrivelmente sem graça. Só ri de verdade uma única vez perto do final.

O problema dele é a falta de justificativa para ser feito. Arrecadar dinheiro não vale. A história não evolui em relação ao segundo, os personagens principais são os mesmos, as piadas... não são piadas. Eu gostei bastante do anterior mas deste não dá para tirar nenhum proveito. Odiei a parte em que o rei-sapo estava dizendo suas palavras finais, já foi tarde. E todas aquelas coisas escatológicas características quando os trigêmeos são mostrados? Tem que ter, é um dos maiores atrativos da série. A sala estava cheia de pais com seus filhotes e eles se matavam de rir. Não é triste pensar que o futuro de nossa nação (olha que clichê) cresceu chamando isto de diversão?

Graficamente, Shrek é muito bem feito. As paisagens são belíssimas mas isto só não é suficiente para o resultado final. A moral da história e todo o filme é para dizer que você pode ser diferente do que as pessoas acham de você. O próprio ogro resume o filme numa fala. "Ninguém merece."

Nota: 3,5

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Piratas do Caribe - No Fim do Mundo

É inegável que a franquia Piratas do Caribe sabe dar uma aula de como fazer um filme de ação e aventura (a qualidade dela de forma geral é outra questão). Só vi o segundo há alguns dias porque queria assistir o terceiro agora e valeu muito a pena. Eu sinto que com o primeiro houve uma preocupação maior em fazer algo que não fosse apenas um filme pipoca com as baboseiras comuns de Hollywood. Com os dois seguintes duvido que tenham se preocupado com isto! A cena em que a lula gigante expele aquela gosma no Johnny Depp no Baú da Morte é a maior confirmação. O terceiro não tem gosma nenhuma, no entanto está recheado com todos os tipos de piadinhas sem graça. Mas vou dizer que perdôo todas elas em virtude da magnífica jornada de aventura. A batalha entre os dois navios no redemoinho é de tirar o fôlego.

Nem vou tentar explicar a sinopse, é comum não captar todos os detalhes. A partir de um certo momento eu parei de querer entender. Esta complexidade até pode ser positiva porque significa que há cabeças pensantes por trás da história. Este filme é o mais longo dos três, só fiquei cansado mesmo em algumas partes no meio e ficar cansado no final é pior porque você fica querendo que o filme acabe logo. Eu detestei as alucinações de Jack Sparrow, principalmente a primeira vez quando ele bota o ovo. A Keira tirando aquela arma enorme de não sei onde do corpo também é tão desnecessário. Mas como eu disse antes, essas situações ficam ofuscadas pela grandeza de outras. Numa situação rara, os efeitos especiais me venceram. Fiquei tão envolvido com aqueles personagens que conhecemos desde o primeiro o filme, não importa o que eles estivessem fazendo mas queria vê-los em cena. Bichos inteligentes costumam ser insuportáveis mas tive que simpatizar com o macaquinho. A situação final do casal romântico Will e Elizabeth me fez ficar pensando o que são dez anos na vida de uma pessoa e no caso deles é lamentável. Eu não vi a cena depois dos créditos finais mas sei do que se trata, com certeza vale mais a pena do que as cenas dos dois filmes anteriores. Depois vejo se o youtube me mostra.

O elenco de Piratas do Caribe é a maior propaganda dele. Enquanto a série estiver forte em nossas mentes, não acredito que façam mais um sem o trio Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley. A maior expectativa em relação ao terceiro era o Keith Richards. Eu tinha esquecido completamente da participação dele depois de uma hora de filme mais ou menos. Infelizmente seu papel é inútil ou eu perdi a importância em trazer um livro, tocar violão e mostrar a cabeça da mãe do Jack.

Nota: 6,0

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Um Crime de Mestre

Na última quarta-feira, fui ver Um Crime de Mestre ignorando totalmente Piratas do Caribe porque ainda não vi O Baú da Morte. Este thriller com Anthony Hopkins e Ryan Gosling tem seus atrativos mas senti que faltou alguma coisa. A gente sabe que o Anthony sabe fazer este tipo de papel. Já o Ryan que concorreu a um Oscar este ano não me convenceu como o jovem promotor público que ganhou 97% dos casos. Ele está apenas bem, ficou devendo algo em suas cenas mais intensas. A sinopse em si já é interessante (e vi o trailer algumas vezes). Para ser promovido, o personagem do Ryan precisa só de mais um caso para resolver. O Anthony descobre que sua esposa o está traindo com um policial. Ele mata a moça e monta um esquema para que todas as provas não sejam válidas contra ele, é o tal crime de mestre.

O filme não tem um ritmo constante. É um sobe-e-desce do começo ao fim. O começo é bastante lento e aquele piano da trilha sonora de Jeff e Mychael Danna só me atrapalhou. Serviu como o meu sonífero nos primeiros trinta minutos. Mychael participou da ótima trilha do Pequena Miss Sunshine mas em Crime ou ela causa sono ou é exagerada deixando o filme com cara de James Bond, Missão Impossível e derivados. Passados os trinta minutos iniciais, fiquei mais alerta quando veio a primeira parte no tribunal, acho que foi a minha preferida. Anthony roubou a cena e estava muito divertido. Depois um bom tempo é gasto procurando a arma do crime que não é encontrada. O espectador mais atento pode matar a charada antes da resolução.

Eu gostei do fato do filme não cair em certos clichês. A esposa do Anthony não morre com o tiro, fica numa espécie de coma. Como a arma não era encontrada, achei que ele iria sair deste estado e servir de prova contra o marido. Mas isto não ocorre. E o Ryan ganhou o caso? Foi promovido? Anthony foi para a cadeia? É o público que decide. A única coisa que não entendi foi o papel da Rosamund Pike. Devo ter perdido algo enquanto cochilei.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Hannibal - A Origem do Mal

Esta nova aventura de um dos mais famosos vilões do cinema, Hannibal Lecter, é quase ruim porém assistível. Quando estou vendo um filme que não está me agradando, torço para acabar logo. Já este Hannibal, suportei sem problemas até o final. Como o subtítulo diz, vamos conhecer a origem do mal, ou pelo menos tentar entender. A razão por ele ser assim é porque sua irmãzinha Mischa foi servida de banquete para uns soldados soviéticos durante uma guerra na Lituânia. Flashes da garota sendo levada para o abate são repetidos várias vezes durante o filme e isto foi o que me causou mais desconforto. Hannibal cresce com este trauma, estuda Medicina em Paris e depois vai atrás dos homens que mataram sua irmã. Esta é principal trama do filme que possui um texto fraco, atuações simples e não acaba convencendo. É claro que seria injusto comparar com Anthony Hopkins mas Gaspard Ulliel merece algum crédito pelo seu trabalho. Ele é francês e acredito que seja seu primeiro trabalho em língua inglesa. Ele conseguiu fazer certas expressões que eu realmente gostei. Já aquela genialidade por trás do personagem de Hopkins não existe aqui.

Quando a gente vê O Silêncio dos Inocentes, torcemos pelo Lecter porque gostamos de vê-lo manipulando a agente Starling mas não queremos ver a filha da senadora morta também. Acontece algo semelhante em Dragão Vermelho (2002). Em A Origem do Mal, torcemos pelo Lecter simplesmente porque os soviéticos são retratados como os vilões de verdade, eles são maus e comem criancinhas. Então quando o Lecter mata um deles, aquilo é um ato heróico. Se ele come as bochechas das vítimas ou as tortura é outra coisa.

Hannibal vai primeiramente à Paris atrás de um tio, lá descobre que ele já faleceu, só a esposa dele está viva, interpretada pela Gong Li. Ela vai ser uma espécie de mentora, irá ensinar a arte dos samurais e será cúmplice de Hannibal em seus crimes ajudando-o a se livrar da polícia. É um papel bem mal aproveitado.

Não sei definir o gênero do filme. Não é terror. Suspense é só em duas ou três cenas. Chamar de drama é exagero. Então não sei. Há uma cena quase no final em que o Hannibal marca o peito do homem com um M e diz "M de Mischa", aí lembrei do filme V de Vingança que até agora não vi mas tenho muita Vontade.

sábado, 5 de maio de 2007

Homem-Aranha 3

Eu fiz tudo certinho. Comprei o ingresso antecipadamente, ganhei um pôster que ainda não sei qual será sua utilidade, enfrentei uma fila enorme para entrar na sala e tudo isto para quê? Amor pelo Aranha é que não foi. Apenas para ficar livre já que o filme ocupará a sala pelas três próximas semanas, no mínimo. É o começo da época dos blockbusters, ou seja, é hora dos estúdios faturarem. Isto explica a quantidade de trailers exibidos antes do Homem-Aranha 3. Deixe-me ver se lembro de todos: Os Simpsons, Quarteto Fantástico 2, mais uma animação com pingüins, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Shrek Terceiro e Piratas do Caribe. Depois de tudo isso veio o prato principal que até é digerível mas não tão facilmente como os dois anteriores. Os erros acabaram influenciando o entretenimento que mesmo assim não deixa de ser ótimo. Eu detestei o primeiro filme, adorei o segundo e quando vi novamente o primeiro, mudei de opinião. Nesta terceira parte, Peter Parker vai enfrentar problemas no relacionamento com Mary Jane, descobrir um novo detalhe sobre a morte do seu tio e chegará a lutar com quatro inimigos incluindo ele mesmo.

Aumentar o número de vilões foi uma boa sacada. O problema é que eles não são tão interessantes. As ações maléficas do Homem-Areia são justificadas pelo dinheiro para a saúde da filha (como o nosso super-herói é muito nobre, ele o perdoa) e o fotógrafo que se tornará o Venom quer a morte do Peter só porque perdeu o emprego por causa dele. Profundidade zero. Queria saber porque estes dois vilões emitem sons não humanos, o Areia quando está em seu maior tamanho no final me lembrou um King Kong. O Duende Verde e o Dr. Octopus nunca deixaram de ser humanos e não emitiam estes sons selvagens. O terceiro vilão não chega a ser um vilão de verdade, Harry Osborn incorpora um Duende Verde Júnior e quer vingar a morte do pai. Seu mordomo conta umas verdades e ele se torna um aliado do Peter. James Franco está excelente em todo o filme. Usando a armadura do Duende ou deitado sem memória numa cama, acho que é quem mais se destaca. O quarto e principal inimigo é o próprio protagonista que terá seu egocentrismo testado ao entrar em contato com uma gosma preta que caiu do céu. Quando o novo Peter entra em ação, o filme chega ao fundo do poço e não podemos levar mais nada a sério. Parece que foi inspirado em alguma comédia adolescente como American Pie. Tive até pena do Tobey Maguire. Quando ele sai azarando as mulheres na rua com seu penteado emo, fiquei pensando por que o Sam Raimi teria feito isto com seu herói preferido. Mas ainda bem que este momento é superado porque quando o Aranha parece não ter mais para onde ir lá para o final, ele recebe ajuda do Duende Júnior. E foi esta a minha salvação durante a sessão.

Não sei se explorar demais os problemas conjugais do Peter com MJ foi algo agradável para os fãs. Tem uma cena num restaurante francês que eu até achei divertida mas a Kirsten Dunst não tem função nenhuma neste filme a não ser cantar, reclamar por ter perdido o emprego e servir de isca para o Homem-Aranha. Talvez a cena de maior impacto dela foi quando beijou o Harry pois os fãs do super-herói presentes não foram nada simpáticos com a moça. Quando ele se diverte com a Bryce Dallas Howard de Manderlay e A Vila, eles adoram. Só há pouco tempo eu soube que era filha do Ron Howard.

O momento em que tive mais vontade de rir foi quando o Stan Lee invadiu a tela conversando com o Peter. Eu lembro que ele já apareceu nos outros mas não me recordo se chegou a falar alguma coisa. J.K. Simmons mais uma vez colocado para entreter o público como o maluco chefe do Clarim Diário. Eu gostei de um parte em que o Peter pergunta de onde todos esses homens vêm, se referindo aos vilões. Não achei os efeitos especiais tão maravilhosos. Em algumas cenas estáticas, era totalmente visível o cenário todo virtual.

É claro que o filme vai faturar horrores, já foram U$ 104 milhões em todo o mundo só na sexta-feira. Mas nunca vai se tornar a maior arrecadação de todos os tempos como disse um animal numa matéria que eu li.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Maria Antonieta

O último filme de Sofia Coppola e que foi vaiado em Cannes em 2006 chegou em Maceió neste fim de semana. Não acho que as vaias tenham sido justas, é necessário tentar entender o que Sofia quis mostrar. Ela não fez um filme histórico ou político, tampouco é biográfico, por isso você percebe a ausência de um enredo firme, não há uma história sendo contada. Ela preferiu mostrar o lado humano de Antonieta reagindo a certos acontecimentos desde sua chegada a França até a saída do Palácio de Versalhes quando já era rainha daquele país durante a Revolução Francesa. É até aceitável que esta França fale inglês. O filme contém uma trilha sonora ao som de New Order, Strokes e The Cure proporcionando um clima mais contemporâneo e foi este detalhe que chamou mais minha atenção quando vi um trailer embora este tom contemporâneo não seja visível somente através das músicas. Mesmo com aquela bela direção de arte, locações e figurino de época, a Antonieta retratada por Sofia não seria diferente de uma garota da geração Orkut.

Eu gostei mais de certas partes do filme do que dele como um todo. Fiquei com aquela sensação de não ter compreendido profundamente o cárater de Antonieta. Ela foi feliz ou não com Luis XVI? Ela realmente achava que seu destino era ser rainha da França? Nem sei dizer se a Kirsten Dunst encarnou o papel bem. Às vezes, eu a achava deslocada e depois eu a entendia na cena seguinte. Só sei que na próxima sexta-feira, Maria Antonieta dará lugar a Mary Jane. Gostei da parte em que seu marido toma a primeira iniciativa para uma noite de amor (ou os príncipes só fazem isso para gerar herdeiros?) e logo em seguida ele se desculpa e vai dormir. Há muitas piadinhas terrivelmente sem graça que beiram o ridículo mas eu acreditava nas boas intenções da Sofia Coppola.

Eu gostei mais de Encontros e Desencontros e nunca vi As Virgens Suicidas. É bem visível algumas semelhanças entre a Antonieta e a personagem da Scarlett Jonhansson de Encontros como o fato de serem personagens femininos reprimidos que entram em um novo ambiente e buscarão mudar algo na situação em que viverão. Você pode perceber também que enquanto a Scarlett observa Tóquio através da janela do hotel, a Kirsten observa os jardins através da janela do palácio ou das carruagens.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Número 23

Eu nem estava empolgado para escrever sobre Número 23 mas quando cheguei em casa e percebi que tinha visto o filme num dia 23, cai na risada e vim para cá escrever. Mas antes tive que fazer mais uma coisa só para matar minha curiosidade. Meu nome dá o número 131, ou seja, 1+3+1=5=2+3. Minha data de nascimento dá 1994 que é 10+3+1981. 1+9+9+4=23. Assustador! Já tenho idéias para o meu livro. Que nada. Não ligo para numerologia e derivados. O filme conta a história de um Jim Carrey que se tornará paranóico ao receber um misterioso livro que aparentemente tem detalhes demais de sua vida. O filme pretende ser um suspense psicológico mas só pretende. Imagino que as aparições do 23 eram para deixar o público envolvido mas acabaram sendo engraçadas. Eu só estava curioso pelas investigações sem me importar com o gênero do filme. A história é até interessante mas não tem nada que nunca tenhamos visto. Eu fiquei tão surpreso quando acabou a sessão porque olhei para o relógio e só haviam passado 90 minutos e o filme pareceu ter durado muito mais de duas horas. O contrário seria um ponto positivo. O elenco tem ainda a Virginia Madsen (pesquisei de onde eu a conhecia e era de Sideways) que faz a esposa do Jim e o filho do casal que eu também conhecia e consegui lembrar depois que era o Bobby (Logan Lerman) da extinta série Jack & Bobby. Se alguém me perguntar se vale a pena assistir, eu digo que sim. E aposto que deve ser melhor que A Colheita do Mal com a Hilary Swank que estava passando na sala ao lado.

domingo, 15 de abril de 2007

300

300 é exatamente aquilo que você espera após ver o trailer. Muita violência recheada com um monte de discursos sobre glória, liberdade, orgulho, etc. É até um bom entretenimento mas não queira encontrar conteúdo. O filme começa com um prólogo interminável sobre o destino de um espartano até chegar ao nosso herói Leônidas que praticamente só fala berrando. Aí ele recebe um mensageiro do rei persa Xerxes (Rodrigo Santoro que está divertido no papel) dizendo que vai dominar as terras gregas. Leônidas joga o rapaz num buraco e vai à guerra contra a vontade de umas criaturas feias chamadas Éforos.

O que resta de bom em 300 são aspectos técnicos como a fotografia característica desta adaptação da graphic novel do Frank Miller. O que mais gostei foram as lutas corpo a corpo com a aceleração e desaceleração da velocidade. Fora isto não resta nada que mereça ser lembrado. É apenas uma exaltação à guerra. Os gregos lutam contra vários tipos de seres, os guerreiros comuns, os imortais que morrem com a mesma facilidade dos comuns, os mágicos e animais gigantes. Gostei da festinha promovida pelo Xerxes. Quando vi o trailer pela primeira vez, fiquei com a impressão de que seria um filme para o público masculino adulto que ainda brinca com bonecos ou que se fantasiou para ir ao cinema assistir Star Wars, Senhor dos Anéis ou Matrix. Mantive esta impressão depois do filme. O que eu gostava mais de História era a Idade Antiga com Roma e Grécia e desde aquela época eu preferia Atenas do que Esparta.

Numas das raras ocasiões, 300 teve evento de lançamento no país com a presença do diretor Zack Snyder e dos atores Gerard Butler e Lena Headey. O Rodrigo agradeceu. O filme teve o maior público de estréia do ano por aqui mas vai ficar para trás devido à temporada de férias que vem por aí quando só se falará de Peter Parker, Shrek, Harry Potter e Jack Sparrow.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Pecados Íntimos

O período das vacas gordas ainda continua. Mesmo que eu não vá ver Borat, Apocalypto ou O Labirinto do Fauno, ainda tem Dreamgirls até o fim de semana. Aproveitando a Segunda Irresistível do Severiano Ribeiro, fui ver Pecados Íntimos. É simples, o filme é excelente, o elenco (adulto e infantil) está brilhante, o roteiro ajuda e o final engrandece tudo o que veio antes. É claro que certos elogios devem ser dados ao livro no qual o filme é baseado. Se eu gostei do final é porque no livro está assim. Normalmente é assim. Um grande exemplo de quando isto não acontece é O Catelo Animado onde o que mais gostei foram as mudanças que o Miyazaki fez em relação à história original.

Só conheço a Kate Winslet e a Jennifer Connelly do elenco. O restante não me recordo. A cada novo trabalho da Kate, eu admiro mais seu talento. Mesmo que o seu papel seja ruim, ela o faz parecer especial. Não é o caso de Pecados Íntimos. Aqui ela é uma esposa, mãe e mestra em literatura cujo marido a troca por pornografia na internet. Ela começará um romance com Brad, um jovem pai que visita o playground da comunidade e que também possui um casamento problemático pois sua mulher é obcecada pelo trabalho. Só que ele não é tão insatisfeito. Está tentando passar no exame da ordem dos advogados pela terceira vez mas ao invés de estudar, ele fica observando um grupo de skatistas que nunca falam com ele. Brad é amigo de Larry, um ex-policial que se enconde atrás de sua hipocrisia. Este é o fundador de um grupo formado por alguns pais contra o pedófilo (agora ex-?) que acaba de retornar à sociedade. Uma das coisas que gostei é que ele não é um vilão, os personagens não são divididos em bons e maus. Quem somos nós para julgarmos alguém que já abusou de crianças se também somos semelhantes? Não estou falando de termos feito o que ele fez. A participação do Jackie Earle Haley (indicado ao Oscar por ator coadjuvante) interpretando o pedófilo é pequena e é a mais marcante do filme. Gostei muito de sua mãe também que sempre o defende não por ser sua mãe.

Enquanto o filme prosseguia, eu não fazia idéia de como aquelas histórias acabariam. Eu me senti um pouco envergonhado ao pré-julgar o Jackie Haley no final. Ele sai à noite com uma faca, está alterado e irá por acaso encontrar Kate e a filha. O que eu poderia imaginar?

Eu terminei de escrever este texto duas semanas após ter visto o filme. Teria escrito mais antes mas fiquei doente dois dias depois daquela segunda-feira e o pior de tudo foi que perdi Dreamgirls.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A Rainha

A principal razão para querer ver A Rainha era a Helen Mirren devido a todos os prêmios pela sua atuação. E o filme também recebeu críticas positivas. Lá fui eu provar. Mesmo tendo cochilado, o filme é bem agradável e até divertido. Não conheço a rainha Elizabeth II mas Helen Mirren está totalmente convincente no papel. Uma caracterização impecável. O filme mostra a situação da monarquia britânica entre a chegada do novo Primeiro-Ministro Tony Blair e a semana que sucedeu o acidente com a Princesa Diana. O foco maior é a posição da rainha em relação às críticas severas do povo pela ausência de um pronunciamento oficial por parte da realeza sobre a morte de Diana. Ela se sente pressionada por todos os lados, principalmente pelo Tony Blair, para fazer o tal pronunciamento em público. Gostei quando perguntam sobre a mudança de uma frase no discurso já preparado e a rainha responde que não tem opção. É disto que tudo se trata. Acalmar o sofrimento ilusório de toda aquela gente.

As cenas da Diana me fizeram perceber como não tenho uma mínima lembrança dos noticiários de quando ela era viva. Só lembro bem das notícias do acidente e que o único single que comprei na vida é o do Elton John regravando Candle In The Wind. Foi bom ver como Diana era vista pela família Real naquela época e conhecer mais o relacionamento com os outros líderes políticos que é cheio de divergências. Acho que o filme não quer endeusar ninguém já que só mostra a família real perante àquela situação específica mas Diana sai como vítima.

Não vale a pena nem citar o passatempo de Harry e William. "A mãe de vocês morreu. Que tal matar uns bichinhos para se sentirem melhor?"

segunda-feira, 19 de março de 2007

Babel

Após um longo período de três semanas sem ver nada na telona, as opções estão de volta. Eu poderia ter visto Babel semana passada mas ainda bem que não saiu de cartaz. Quando assisti Amores Brutos no começo do ano, eu disse que iria ver 21 Gramas antes de Babel só que a minha sorte não ajudou. Fui à locadora pegar 21 mas disseram que não possuíam mais o disco porque um sujeito fugiu com alguns e 21 estava no meio. Aparentemente é um ladrão de bom gosto. Só resta o Telecine exibir para mim.

Gostei muito de Babel mas Amores Brutos tem algo a mais. Eu só fui me envolver com a história a partir da metade, o começo é lento e muito arrastado. A fórmula é a mesma. Quatro histórias diferentes que estão interligadas por algum fator. Diferentemente de Amores Brutos que narra as histórias separadamente, Babel intercala as três durante todo o filme. Eu gostei disso porque separadamente as histórias não conseguem se sustentar. Por exemplo, quando estava passando a história no Marrocos com o Brad Pitt e a Cate Blanchett, eu logo ficava cansado. Aí mudou para o México, a atenção voltou. Cansei deles, cortam para o Japão. Fica sempre neste vai e vem.

Os destaques vão para Adriana Barraza e Rinko Kikuchi. Gostei das cenas da Adriana com as crianças no deserto. Torci muito por ela e não fiquei nenhum pouco preocupado se a Cate iria sobreviver ao tiro. A história que mais gostei foi a da Rinko mesmo sendo a mais enigmática, e deve ser a única que irei lembrar melhor. Toda a sua luta para ser aceita foi a que mais senti.

Babel é um grande retrato cultural também mostrado através de um casamento mexicano, da miséria de um povo no Marrocos e da juventude japonesa. Acho que isto foi o que mais tirei proveito do filme. As histórias e os personagens não são tão intensos como em Amores Brutos. Até a ex-modelo berrando "Ritchie! Ritchie! Ritchie!" de Amores e mais interessante que o drama do Brad e da Cate. Mas a finalização das histórias de Babel foram suficientes para eu ter gostado dele de forma geral.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

À Procura da Felicidade

É só tristeza. E não estou falando do filme. O CineCidade encerrou suas atividades semana passada e os filmes que quero ver não chegam por aqui. Sobrou À Procura da Felicidade cujo trailer já resumia bem a história. Quem tinha esperança de ver algo a mais se decepcionou. Will Smith é um pai que passa por desgraças financeiras, profissionais e amorosas (esta é de menos) e ele ama muito seu filho que também é seu filho na vida real. A esposa do Will no filme lembra muito a Jada Pinkett-Smith. Ela poderia ter participado, assim ficaria tudo em família. Mas como eles iriam brigar, sei não.

Felicidade só foi feito para comover então o filme já começa informando que é uma história verídica e naturalmente termina contando o que aconteceu com o personagem do Will Smith. Eu senti que muitas das desgraças foram mostradas como piadas então não soube se era parar rir ou ter pena. Só fui sentir algo quando o Will recebe o resultado da prova, ou seja, no final do filme. Mas não foi nada comparado à garota ao meu lado que chorou até soluçar. Uma coisa que não entendi é por que o Will passa o filme todo correndo e cruzando as ruas movimentadas. Quando foi atropelado, pensei "finalmente!!". E a cena com o cubo no táxi? Achei incrível algumas pessoas terem vibrado quando o Will consegue montá-lo. É como torcer na reprise de um jogo onde todos sabem o resultado.

Não gostei dos personagens. O garoto faz aquele tipo de "olha como ele é esperto" e até conta piada. O Will faz um tipo que eu acho irritante. Imagine estar na rua e alguém se aproxima pedindo ajuda. Só que este alguém vai dramatizar como a vida que tem é difícil para aumentar as chances de ter nossa ajuda. Não é por nada não mas eu não ficaria mais sensibilizado. Também não gostei da narração que só dava sono. Se eu fosse muito ruim, mudaria o título para À Procura da Saída do Cinema.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Amor Não Tira Férias

É difícil elogiar O Amor Não Tira Férias porque o filme é praticamente uma chatice do começo ao fim. Esta comédia romântica que não funciona como comédia e nem como romance não traz nada de novo e é apenas mais uma história convencional sobre decepções amorosas e a busca pelo par pefeito. A sinopse é a seguinte: duas moças que sofreram uma desilusão no amor irão trocar de casas durante as férias de fim de ano para esquecer os ex-namorados. Em suas novas vidas, irão se apaixonar e viver felizes. Ponto Final. Mesmo sendo previsível, o final é até bonitinho e não foge à fórmula.

Não vai demorar muito para você perceber que o filme não vai evoluir. Grandes partes das piadas são infantis. Cameron Diaz bate a cabela num galho e a neve cai. Cameron Diaz tenta se comunicar com cachorro. Mas eu gostei da cena em que a Kate Winslet se confunde com as linhas telefônicas. Horas antes de chegar ao cinema, fui ler algo sobre o filme e uma das críticas dizia que um dos problemas era o fato da Kate ser atriz e a Cameron não. E isto é bem visível. As duas não contracenam juntas mas a Kate se sai melhor em suas cenas. Na montagem com o cachorro, a Cameron fica apagada pelo animal. Achei tão fora de contexto a presença daquele roteirista aposentado na história. Faria mais sentido se o Jack Black aparecesse logo na nova vida da Kate. Outro problema do filme é que tudo é muito explicado. Há diálogos longos. Quando a Kate vai contar ao Jack sobre o porquê de vir para Los Angeles, ela diz toda a história mas é desnecessário porque o público já sabe. E quando a garotinha do Jude Law aparece dizendo que se chama Sophie? Aí surge outra dizendo que se chama Olivia. O público agora entendeu de quem eram aqueles nomes. No entanto, lá está a Cameron para repetir: "Sophie e Olivia".

Há uma cena entre o Jack e a Kate num restaurante em que ele esbarra sem querer o braço nos seios dela. Eu achei tão verdadeira que desconfio que aconteceu mesmo e o restante com o Jack se desculpando foi improvisado. As garotas na sessão se derreteram quando a Cameron Diaz chora pela primeira vez depois dos 15 anos. O filme é dirigido por uma mulher e tenta agradar mais a platéia feminina. Em termos de romance, fico com Closer.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

007 Cassino Royale

Fui ver o meu primeiro filme do tão famoso agente James Bond. E eu nem esperava que entrasse no Shopping Farol a esta altura do campeonato. Como entrou, tive que assistir porque a outra opção era Uma Noite no Museu e Cassino Royale também tinha a Eva Green. Eu até gostei desta primeira experiência mas histórias de serviços secretos não me atraem tanto. Aí resta somente aproveitar a ação e os efeitos especiais do filme. Cassino Royale ainda proporciona alguns momentos divertidos. Meu maior contato anterior com esta série foi o Goldeneye para Nintendo 64 que eu não lembro de ter zerado e é mais provável que eu nunca tenha finalizado mesmo.

Cassino Royale entra na onda do pôquer, aquele jogo de cartas que as celebridades adoram jogar na TV. Já aprendi várias expressões do jogo com tais programas, agora preciso aprender as regras. Tem também o Le Parkour nas cenas iniciais. Um colega meu ficou fascinado por esta prática que conheceu devido ao filme e perguntou se eu já conhecia. Ele ficou surpreso quando falei que eu conhecia há mais de um ano quando Madonna usou no clipe de Hung Up. A maioria desconhece esta prática porque riram durante as escaladas do apelidado Homem-Aranha. Acharam um absurdo. Mas situações absurdas fazem parte da essência dos filmes do 007. Não seriam a razão de sua popularidade? Os carros, as armas, a licensa para matar. Cassino Royale fez tanto sucesso no Reino Unido que se tornou o terceiro filme a ultrapassar a marca de 100 milhões de dólares por lá. Todo o elenco faz seu trabalho direitinho. Achei o Daniel Craig excelente. Gostei também do Le Chiffre porque não senti aversão ao vilão. Originalmente aquela cena em que a bond girl está embaixo do chuveiro teria a atriz totalmente despida mas Eva Green achou que faria mais sentido se ela estivesse vestida. Já o Craig não poderia exigir o mesmo em sua cena de tortura. Nós homens ficamos tão solidários.

O filme se torna cansativo nos trinta minutos finais, ou seja, após duas horas. E é mais incômodo quando você fica suando porque o ar condicionado não faz efeito. Deve ter sido o calor humano porque a sessão estava cheia.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Eragon

Quando cheguei em casa, meu pai perguntou se eu havia ido ver o filme da Xuxa e mencionou que eu não perdia um filme dela durante a minha infância. De fato, só lembro de ter visto Super Xuxa Contra o Baixo Astral no cinema mas acho que vi também o Lua de Cristal. Os tempos eram outros e nem sei se sentiria nostalgia caso os assistisse atualmente. Enfim, não houve escolha. Tive que ver Eragon dublado. E eu já esperava não entender todos aqueles nomes. Na verdade, só tenho certeza do nome do protagonista. Não sei se um americano compreende mais facilmente a maioria desses nomes de personagens e lugares. Com Eragon aconteceu a mesma coisa que o Código Da Vinci. As críticas me tiraram qualquer chance de esperar um filme que fosse pelo menos bom. E no final acabei gostando mais do que achava que iria gostar. É claro que Eragon está longe de ser excelente mas também não é tão inútil como a crítica americana diz. Até que funciona como entretenimento.

O que mais achei bonito no filme foi a relação entre Eragon e seu dragão. Foi o que mais me convenceu, mesmo com os seus diálogos batidos. Eu que não tenho bicho de estimação, fico até com vontade de ter. Se eu não tivesse visto o elenco antes, iria ter uma surpresa ao ver o nome de Joss Stone nos créditos iniciais. E sua dubladora tinha uma voz muito grave. Ed Speleers até que se saiu bem para o seu primeiro papel mas precisa melhorar, se é que atuação importa nestes gêneros. As cenas de constrangimento são comandadas pelo espectro Durza. Um garoto de dez anos não vai enxergar Eragon como o seu herói, apenas deve achar o máximo ele voar num dragão. E este é o maior defeito do filme. Faltou a magia da jornada épica e assim o público não se envolve intensamente com a história. Vi o garotinho ao meu lado bocejar algumas vezes. Não gostei quando Eragon expressa que sua maior preocupação é matar os inimigos antes mesmo de dominar uma espada. Um desejo assassino bastante elevado para um jovem fazendeiro de coração nobre. Falando nisso, eu acompanhei atentamente as notícias do enforcamento do Saddam Hussein na madrugada de sábado para domingo e isso me deixou numa vontade de ver de novo Dançando No Escuro. Foi até mais forte desta vez.

Eu tinha esquecido completamente que o público de Eragon poderia ser mais diversificado. Não tem comparação com aqueles que vão assistir Volver, por exemplo. A sessão de Eragon estava quase lotada e ainda enfrentei cinco minutos de fila. É incrível como as crianças sabem se comportar mais e não são elas que fazem piadinhas racistas quando a mocinha vai chamar Eragon após ele ter tomado banho no esconderijo daquele grupo de pessoas que não entendi o nome.

A Fox deverá fazer mudanças para a sequência Eldest. Eragon decepcionou nas bilheterias americanas e foi pior ainda no Reino Unido. Comecei 2007 de forma excelente. Não, não é por causa de Eragon. Assisti Amores Brutos do Alejandro González Iñárritu com o Geri García Bernal (era o que tinha no guia eletrônico da NET). Agora é esperar Babel chegar por aqui, até lá tentarei ver 21 Gramas.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Vistos em 2007

1. Eragon (Stefen Fangmeier)
2. Amores Brutos (Alejandro González Iñárritu)
3. Cama De Gato (Alexandre Stockler)
4. 007 Cassino Royale (Martin Campbell)
5. Entrando Numa Fria (Jay Roach)
6. Trainspotting – Sem Limites (Danny Boyle)
7. Manderlay (Lars von Trier)
8. O Amor Não Tira Férias (Nancy Meyers)
9. Entrando Numa Fria Maior Ainda (Jay Roach)
10. Johnny E June (James Mangold)
11. Superman – O Retorno (Bryan Singer)
12. A Casa do Lago (Alejandro Agresti)
13. Cruzada (Ridley Scott)
14. À Procura Da Felicidade (Gabriele Muccino)
15. O Segredo De Brokeback Mountain (Ang Lee)
16. Bonequinha De Luxo (Blake Edwards)
17. Hellboy (Guillermo del Toro)
18. Babel (Alejandro González Iñárritu)
19. A Rainha (Stephen Frears)
20. Quatro Irmãos (John Singleton)
21. Pecados Íntimos (Todd Field)
22. 300 (Zack Snyder)
23. Monty Phyton: O Sentido Da Vida (Terry Jones / Terry Gilliam)
24. As Bicicletas De Belleville (Sylvain Chomet)
25. A Era Do Gelo (Chris Wedge)
26. Wallace & Gromit – A Batalha Dos Vegetais (Steve Box / Nick Park)
27. Número 23 (Joel Schumacher)
28. Maria Antonieta (Sofia Coppola)
29. Homem-Aranha 3 (Sam Raimi)
30. Edukators (Hans Weingartner)
31. Cidade Dos Sonhos (David Lynch)
32. Quando Paris Alucina (Richard Quine)
33. Hannibal – A Origem Do Mal (Peter Webber)
34. Aeon Flux (Karyn Kusama)
35. Capote (Bennett Miller)
36. Laranja Mecânica (Stanley Kubrick)
37. Um Crime De Mestre (Gregory Hoblit)
38. A Identidade Bourne (Doug Liman)
39. A Supremacia Bourne (Paul Greengrass)
40. As Crônicas De Nárnia: O Leão, A Feiticeira E O Guarda-Roupa (Andrew Adamson)
41. As Torres Gêmeas (Oliver Stone)
42. A Noiva-Cadáver (Tim Burton)
43. Piratas Do Caribe – O Baú Da Morte (Gore Verbinski)
44. Tudo Acontece Em Elizabethtown (Cameron Crowe)
45. O Virgem De 40 Anos (Judd Appatow)
46. Piratas Do Caribe – No Fim Do Mundo (Gore Verbinski)
47. O Iluminado (Stanley Kubrick)
48. A Era Do Gelo 2 (Carlos Saldanha)
49. The King (James Marsh)
50. Munique (Steven Spielberg)
51. Shrek Terceiro (Chris Miller)
52. X-Men – O Filme (Bryan Singer)
53. Quarteto Fantástico (Tim Story)
54. Um Amor Para Recordar (Adam Shankman)
55. Se Eu Fosse Você (Daniel Filho)
56. Harry Potter E A Ordem Da Fênix (David Yates)
57. À Espera De Um Milagre (Frank Darabont)
58. Top Gun – Ases Indomáveis (Tony Scott)
59. Querida Wendy (Thomas Vinterberg)
60. Memórias De Uma Gueixa (Rob Marshall)
61. Ratatouille (Brad Bird)
62. Paradise Now (Hany Abu-Assad)
63. Napoleon Dynamite (Jared Hess)
64. Duro De Mata 4.0 (Len Wiseman)
65. V De Vingança (James McTeigue)
66. Rain Man (Barry Levinson)
67. Touro Indomável (Martin Scorsese)
68. Superman – O Filme (Richard Donner)
69. Sem Reservas (Scott Hicks)
70. Contra A Parede (Faith Akin)
71. A Criança (Jean-Pierre Dardenne / Luc Dardenne)
72. Armações Do Amor (Tom Dey)
73. Missão Impossível (Brian De Palma)
74. Missão Impossível 2 (John Woo)
75. Réquiem Para Um Sonho (Darren Aronofsky)
76. Violação De Domicílio (Saverio Costanzo)
77. Missão Impossível 3 (J.J. Abrams)
78. Os Simpsons – O Filme (David Silverman)
79. O Ultimato Bourne (Paul Greengrass)
80. Nanny McPhee – A Babá Encantada (Kirk Jones)
81. Waking Life (Richard Linklater)
82. O Grande Truque (Christopher Nolan)
83. Aos Treze (Catherine Hardwicke)
84. As Virgens Suicidas (Sofia Coppola)
85. Quero Ser John Malkovich (Spike Jonze)
86. Primo Basílio (Daniel Filho)
87. Entre Quatro Paredes (Todd Field)
88. A Estranha Família De Igby (Burr Steers)
89. Contra Corrente (David Gordon Green)
90. O Ilusionista (Neil Burger)
91. Paranóia (D.J. Caruso)
92. Tropa De Elite (José Padilha)
93. O Show De Truman (Peter Weir)
94. Vôo United 93 (Paul Greengrass)
95. O Diabo Veste Prada (David Frankel)
96. O Nome Do Jogo (Barry Sonnenfeld)
97. Flores Partidas (Jim Jarmusch)
98. Transamérica (Duncan Tucker)
99. Más Companhias (Arie Posin)
100. Obrigado Por Fumar (Jason Reitman)
101. Dreamgirls – Em Busca De Um Sonho (Bill Condon)
102. Hotel Ruanda (Terry George)
103. Ligeiramente Grávidos (Judd Appatow)
104. Dália Negra (Brian De Palma)
105. Carruagens De Fogo (Hugh Hudson)
106. Beleza Americana (Sam Mendes)
107. Nunca É Tarde Para Amar (Amy Heckerling)
108. Superbad – É Hoje (Greg Mottola)
109. My Fair Lady (George Cukor)
110. Dogma (Kevin Smith)
111. Chocolate (Lasse Hallström)
112. Gênio Indomável (Gus Van Sant)
113. Jogos Mortais 4 (Darren Lynn Bousman)
114. A Profecia (John Frankenheimer)
115. Os Sem-Floresta (Tim Johnson / Karey Kirkpatrick)
116. O Plano Perfeito (Spike Lee)
117. Justiça A Qualquer Preço (Andrew Lau)
118. Hair (Milos Forman)
119. Hairspray – Em Busca Da Fama (Adam Shankman)
120. Priscilla – A Rainha Do Deserto (Stephan Elliott)
121. Caché (Michael Haneke)
122. Carrie, A Estranha (Brian De Palma)
123. O Que Você Faria? (Marcelo Piñeyro)
124. Maria (Abel Ferrara)
125. Amor, Sublime Amor (Jerome Robbins / Robert Wise)
126. Caminho Para Guantanamo (Mat Whitecross / Michael Winterbottom)
127. A Festa De Babette (Gabriel Axel)
128. Sra. Henderson Apresenta (Stephen Frears)
129. O Labirinto Do Fauno (Guillermo del Toro)
130. Stardust - O Mistério Da Estrela (Matthew Vaughn)
131. Kagemusha - A Sombra Do Samurai (Akira Kurosawa)
132. Bubble (Eytan Fox)
133. Leões E Cordeiros (Robert Redford)
134. O Fabuloso Destino De Amelie Poulain (Jean-Pierre Jeunet)
135. Separados Pelo Casamento (Peyton Reed)
136. A Grande Família – O Filme (Maurício Farias)
137. Para Sempre Na Minha Vida (Gabriele Muccino)
138. A Lenda De Beowulf (Robert Zemeckis)
139. Arquivo X – O Filme (Rob Bowman)
140. A Vida É Bela (Roberto Benigni)
141. Fahrenheit 451 (François Truffaut)
142. X-Men 2 (Bryan Singer)
143. Vampiros De Almas (Don Siegel)
144. Era Uma Vez No Oeste (Sergio Leone)
145. Paris, Texas (Wim Wenders)
146. Xanadu (Robert Greenwald)
147. O Grande Chefe (Lars von Trier)
148. Nashville (Robert Altman)
149. Quero Ser Grande (Penny Marshall)
150. Elizabeth (Shekhar Kapur)
151. Estrela Solitária (Wim Wenders)
152. Grendel (Nick Lyon)
153. Beavis E Butt-Head Detonam A América (Mike Judge / Yvette Kaplan)
154. O Amigo Americano (Wim Wenders)
155. Fonte Da Vida (Darren Aronofsky)
156. Em Busca Da Vida (Jia Zhang Ke)
157. Festa De Arromba (Michel Gondry)
158. Fitzcarraldo (Werner Herzog)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias

Quase que eu perdi o início do filme. Primeiro, o trânsito atrapalhou devido a um ônibus quebrado bem no meio da avenida. Segundo, a máquina de imprimir os bilhetes enguiçou com a pessoa da fila a minha frente. Terceiro, não houve terceiro. As opções da semana eram Xuxa Gêmeas, Anjos da Vida e O Ano, ou seja, só havia uma escolha. Até já chegou aqui Cassino Royale no Iguatemi mas eu nunca vou lá, espero subir para os cinemas mais próximos de onde moro - o que não é sempre uma boa idéia, foi assim que perdi O Labirinto do Fauno, entrou no Iguatemi e saiu de cartaz em uma semana. Volver e Sunshine também só duraram uma semana mas ainda bem que não entraram no Iguatemi. Como eu ia dizendo, eu só tinha uma escolha esta semana e como o trailer de Anjos da Vida não vende o filme, faz o contrário, quis distância dele. Não que eu tenha ido ver O Ano só por eliminação, havia até um motivo mais especial para prestigiar. Palavras do diretor do CineCidade: Um grande filme que o CineCidade trabalhou muito para conseguir exibir...

Eu estou enrolando mesmo para falar do filme. A primeira coisa que pensei foi que ele não é nada ruim, logo só pode ser muito bom. Um garoto viciado por futebol é deixado com seu avô enquanto seus pais fogem dos militares que governavam o nosso país. Mas ele não sabe a real razão das férias dos pais e vai ser cuidado pelos judeus da comunidade já que o avô morre. A maior parte do filme se passa durante a Copa Mundial de 1970, só assim para eu saber (ou lembrar) que o Brasil venceu esta numa final contra a Itália e que seu primeiro adversário foi a Tchecoslováquia. A narração do garoto deve ser a coisa mais bela desta produção. Também gostei do retrato dado a sua infância, suas brincadeiras, as festas, seus sonhos e a tristeza por não saber onde estão os pais, é bem sincero. O filme não analisa profundamente a situação política do país e não acho que seja sua função. E é tão nostálgico, me fez lembrar da nossa televisão preto e branco, o futebol de botão que eu só joguei nos anos 90...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Pequena Miss Sunshine

Havia tanto tempo que eu queria assistir Little Miss Sunshine (ainda não sabia qual seria o título em português) que eu não lembrava o primeiro motivo. Eu sei que foi por alguma reportagem mas não lembro quando e nem onde. Depois o filme fez uma excelente campanha nas bilheterias americanas para um filme independente, recebeu ótimas críticas, está sendo indicado a vários prêmios. Até então, O Castelo Animado era o meu filme preferido que vi em 2006. E não é que Pequena Miss Sunshine assumiu o título agora?

A história é convencional. Uma família que chamaríamos de problemática, além de qualquer coisa ser motivo para discussão, e que está passando por dificuldades financeiras tem que levar a filha caçula para um concurso de Miss na California. O único meio de transporte disponível é uma kombi velha. No caminho irão passar pelas mais diversas situações. Eu gostei quando eles são parados por um policial e o pai diz para agirem como se fossem normais. Como parece, o filme é uma comédia. E mesmo não sendo sofisticada, neste gênero já funciona muito bem. Você pode ver se estiver procurando só diversão e vai ficar satisfeito. Só que o filme oferece algo a mais. Por exemplo, na cena final que é a apresentação de dança da garotinha e talvez a mais engraçada pois foi quando as pessoas morreram de rir, eu estava bastante comovido. Eu prestava atenção no lado emotivo de tudo aquilo. Durante o desenvolvimento da história você se apega de todas as formas aos personagens (excluindo possivelmente o pai que eu odiava cada vez mais) e quando acaba quer mais. É uma comédia construída a partir de uma base sensível honesta.

O destaque do elenco é naturalmente Abigail Breslin que faz Olive. A garota estava excelente e nem sabia que já tinha feito tantos trabalhos tanto no cinema quanto na TV. É muito bonita a cena em que ela diz ao avô que não quer ser uma perdedora. A mãe é interpretada pela Toni Collette que acabou de ser indicada ao Globo de Ouro por este papel. Pequena Miss Sunshine também ganhou uma indicação para Filme (Musical ou Comédia). Ainda tem o virgem de 40 anos Steve Carrell que faz o tio de Olive.

O filme satiriza os concursos de beleza. É só ver os penteados e sorrisos das concorrentes. A gente percebe também que é um filme de baixo custo pelos figurantes que fazem a platéia do concurso. O maior triunfo dele é tornar uma história simples em algo realmente prazeroso de assistir.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Volver

Eu não sei se é bom assistir um filme com aquela expectativa de ser um dos melhores do ano mas fui ver Volver assim que finalmente estreou aqui em Maceió. Há alguns meses vi meu primeiro filme do Almodóvar, Tudo Sobre Minha Mãe. Dias depois foi a vez de Má Educação. Jurei que o próximo que ele fizesse eu iria ver no cinema porque quando vi TSMM e MA, fiquei lamentando por nunca ter assistido antes. Então não queria que acontecesse o mesmo com Volver. Gostei muito dele mas acho que não teria provocado o mesmo impacto de TSMM se Volver fosse o primeiro filme do diretor que eu tivesse visto.

Em Volver, dizem que Pedro Almodóvar revisita seus trabalhos anteriores. Como não vi a maioria, só vejo semelhanças com TSMM. Ambos tratam do universo feminino e mostram que as mulheres não precisam de seus homens pois são eles que traem, são vagabundos e só pensam em sexo. Praticamente não há personagens masculinos, e eles são secundários. No caso de TSMM é assim, se é para ter homem entre os personagens principais, então é travesti. Os homens de Volver são homens mesmo e só servem para impulsionar alguns aspectos da trama.

Inicialmente o filme trata de duas histórias diferentes, o assassinato do pai que tentou abusar sexualmente da filha e a aparição do espírito da mãe morta, que no final se encaixam perfeitamente. Em termos de roteiro, eu prefiro Má Educação. Mas Volver também tem um trama bem desenvolvida com personagens centrais bem trabalhados. Só achei a narrativa um pouco lenta em algumas partes, principalmente depois da metade o que me deixou bastante impaciente e me fez pensar se a conclusão das histórias seria satisfatória. E felizmente foi! O humor é outra característica marcante do Almodóvar. A maior lembrança que tenho de TSMM é o começo dramático (e achei que seria assim até o final) e como eu ria bastante depois. Em Volver é quase a mesma coisa. A comédia e o drama se misturam regularmente. O público recebe a notícia da morte de um personagem, em seguida está rindo em seu velório. Gosto da abordagem cômica do assunto. As atrizes estão excelentes. Parece que vem aí a indicação de Penelope Cruz ao Oscar. Há um belo trabalho com as cores. É um filme bem silencioso, não ouvi muita trilha sonora e isso facilitou a disseminação dos roncos de um espectador que dormiu durante a sessão.

Promessa cumprida de ver no cinema, agora vou atrás de Fale Com Ela.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Happy Feet - O Pinguim

Pinguins não levam muito jeito para musical. E eu não esperava que levassem. Eu nem tenho vontade de assistir essas animações, quase sempre são tão bobinhas e Happy Feet não foge à regra. Mas acho que satisfaz seu público alvo. Não fui ver achando que iria me tornar uma pessoa mais consciente em relação à questões ambientais. A gente só vê isso pelo entretenimento. E como dizem por aí, Ramón é mesmo quem provoca mais reações no público devido ao seu toque latino. Essa é umas das vantagens da dublagem, acrescentar algo com que o público daquela língua possa se identificar mais. Procurando Nemo é um filme que só consigo ver dublado. A invasão de bichos falantes em 2006 foi enorme, acho que pinguins atraem mais.
Eu pensei que haveriam mais números musicais, no entanto, Happy Feet, que já é a maior animação da WB, enfatiza a aventura. A jornada de Mano em busca dos ETs é interessante por tudo o que ele vai passar. A foca, os elefantes-marinhos e as orcas ficaram excelentes em termos de CG. Eu não consigo engolir essas histórias, Mano é discriminado pelos outros de sua espécie mas no fim sempre sabemos que haverá o momento do arrependimento. E também os humanos se tornam mais conscientes. Aquela coisa que só acontece em filmes.
Depois que conheci A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado, essas animações hollywoodianas ganharam um novo sentido. Já estou até esquecendo os pinguins graciosos.