quarta-feira, 16 de maio de 2007

Hannibal - A Origem do Mal

Esta nova aventura de um dos mais famosos vilões do cinema, Hannibal Lecter, é quase ruim porém assistível. Quando estou vendo um filme que não está me agradando, torço para acabar logo. Já este Hannibal, suportei sem problemas até o final. Como o subtítulo diz, vamos conhecer a origem do mal, ou pelo menos tentar entender. A razão por ele ser assim é porque sua irmãzinha Mischa foi servida de banquete para uns soldados soviéticos durante uma guerra na Lituânia. Flashes da garota sendo levada para o abate são repetidos várias vezes durante o filme e isto foi o que me causou mais desconforto. Hannibal cresce com este trauma, estuda Medicina em Paris e depois vai atrás dos homens que mataram sua irmã. Esta é principal trama do filme que possui um texto fraco, atuações simples e não acaba convencendo. É claro que seria injusto comparar com Anthony Hopkins mas Gaspard Ulliel merece algum crédito pelo seu trabalho. Ele é francês e acredito que seja seu primeiro trabalho em língua inglesa. Ele conseguiu fazer certas expressões que eu realmente gostei. Já aquela genialidade por trás do personagem de Hopkins não existe aqui.

Quando a gente vê O Silêncio dos Inocentes, torcemos pelo Lecter porque gostamos de vê-lo manipulando a agente Starling mas não queremos ver a filha da senadora morta também. Acontece algo semelhante em Dragão Vermelho (2002). Em A Origem do Mal, torcemos pelo Lecter simplesmente porque os soviéticos são retratados como os vilões de verdade, eles são maus e comem criancinhas. Então quando o Lecter mata um deles, aquilo é um ato heróico. Se ele come as bochechas das vítimas ou as tortura é outra coisa.

Hannibal vai primeiramente à Paris atrás de um tio, lá descobre que ele já faleceu, só a esposa dele está viva, interpretada pela Gong Li. Ela vai ser uma espécie de mentora, irá ensinar a arte dos samurais e será cúmplice de Hannibal em seus crimes ajudando-o a se livrar da polícia. É um papel bem mal aproveitado.

Não sei definir o gênero do filme. Não é terror. Suspense é só em duas ou três cenas. Chamar de drama é exagero. Então não sei. Há uma cena quase no final em que o Hannibal marca o peito do homem com um M e diz "M de Mischa", aí lembrei do filme V de Vingança que até agora não vi mas tenho muita Vontade.

sábado, 5 de maio de 2007

Homem-Aranha 3

Eu fiz tudo certinho. Comprei o ingresso antecipadamente, ganhei um pôster que ainda não sei qual será sua utilidade, enfrentei uma fila enorme para entrar na sala e tudo isto para quê? Amor pelo Aranha é que não foi. Apenas para ficar livre já que o filme ocupará a sala pelas três próximas semanas, no mínimo. É o começo da época dos blockbusters, ou seja, é hora dos estúdios faturarem. Isto explica a quantidade de trailers exibidos antes do Homem-Aranha 3. Deixe-me ver se lembro de todos: Os Simpsons, Quarteto Fantástico 2, mais uma animação com pingüins, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Shrek Terceiro e Piratas do Caribe. Depois de tudo isso veio o prato principal que até é digerível mas não tão facilmente como os dois anteriores. Os erros acabaram influenciando o entretenimento que mesmo assim não deixa de ser ótimo. Eu detestei o primeiro filme, adorei o segundo e quando vi novamente o primeiro, mudei de opinião. Nesta terceira parte, Peter Parker vai enfrentar problemas no relacionamento com Mary Jane, descobrir um novo detalhe sobre a morte do seu tio e chegará a lutar com quatro inimigos incluindo ele mesmo.

Aumentar o número de vilões foi uma boa sacada. O problema é que eles não são tão interessantes. As ações maléficas do Homem-Areia são justificadas pelo dinheiro para a saúde da filha (como o nosso super-herói é muito nobre, ele o perdoa) e o fotógrafo que se tornará o Venom quer a morte do Peter só porque perdeu o emprego por causa dele. Profundidade zero. Queria saber porque estes dois vilões emitem sons não humanos, o Areia quando está em seu maior tamanho no final me lembrou um King Kong. O Duende Verde e o Dr. Octopus nunca deixaram de ser humanos e não emitiam estes sons selvagens. O terceiro vilão não chega a ser um vilão de verdade, Harry Osborn incorpora um Duende Verde Júnior e quer vingar a morte do pai. Seu mordomo conta umas verdades e ele se torna um aliado do Peter. James Franco está excelente em todo o filme. Usando a armadura do Duende ou deitado sem memória numa cama, acho que é quem mais se destaca. O quarto e principal inimigo é o próprio protagonista que terá seu egocentrismo testado ao entrar em contato com uma gosma preta que caiu do céu. Quando o novo Peter entra em ação, o filme chega ao fundo do poço e não podemos levar mais nada a sério. Parece que foi inspirado em alguma comédia adolescente como American Pie. Tive até pena do Tobey Maguire. Quando ele sai azarando as mulheres na rua com seu penteado emo, fiquei pensando por que o Sam Raimi teria feito isto com seu herói preferido. Mas ainda bem que este momento é superado porque quando o Aranha parece não ter mais para onde ir lá para o final, ele recebe ajuda do Duende Júnior. E foi esta a minha salvação durante a sessão.

Não sei se explorar demais os problemas conjugais do Peter com MJ foi algo agradável para os fãs. Tem uma cena num restaurante francês que eu até achei divertida mas a Kirsten Dunst não tem função nenhuma neste filme a não ser cantar, reclamar por ter perdido o emprego e servir de isca para o Homem-Aranha. Talvez a cena de maior impacto dela foi quando beijou o Harry pois os fãs do super-herói presentes não foram nada simpáticos com a moça. Quando ele se diverte com a Bryce Dallas Howard de Manderlay e A Vila, eles adoram. Só há pouco tempo eu soube que era filha do Ron Howard.

O momento em que tive mais vontade de rir foi quando o Stan Lee invadiu a tela conversando com o Peter. Eu lembro que ele já apareceu nos outros mas não me recordo se chegou a falar alguma coisa. J.K. Simmons mais uma vez colocado para entreter o público como o maluco chefe do Clarim Diário. Eu gostei de um parte em que o Peter pergunta de onde todos esses homens vêm, se referindo aos vilões. Não achei os efeitos especiais tão maravilhosos. Em algumas cenas estáticas, era totalmente visível o cenário todo virtual.

É claro que o filme vai faturar horrores, já foram U$ 104 milhões em todo o mundo só na sexta-feira. Mas nunca vai se tornar a maior arrecadação de todos os tempos como disse um animal numa matéria que eu li.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Maria Antonieta

O último filme de Sofia Coppola e que foi vaiado em Cannes em 2006 chegou em Maceió neste fim de semana. Não acho que as vaias tenham sido justas, é necessário tentar entender o que Sofia quis mostrar. Ela não fez um filme histórico ou político, tampouco é biográfico, por isso você percebe a ausência de um enredo firme, não há uma história sendo contada. Ela preferiu mostrar o lado humano de Antonieta reagindo a certos acontecimentos desde sua chegada a França até a saída do Palácio de Versalhes quando já era rainha daquele país durante a Revolução Francesa. É até aceitável que esta França fale inglês. O filme contém uma trilha sonora ao som de New Order, Strokes e The Cure proporcionando um clima mais contemporâneo e foi este detalhe que chamou mais minha atenção quando vi um trailer embora este tom contemporâneo não seja visível somente através das músicas. Mesmo com aquela bela direção de arte, locações e figurino de época, a Antonieta retratada por Sofia não seria diferente de uma garota da geração Orkut.

Eu gostei mais de certas partes do filme do que dele como um todo. Fiquei com aquela sensação de não ter compreendido profundamente o cárater de Antonieta. Ela foi feliz ou não com Luis XVI? Ela realmente achava que seu destino era ser rainha da França? Nem sei dizer se a Kirsten Dunst encarnou o papel bem. Às vezes, eu a achava deslocada e depois eu a entendia na cena seguinte. Só sei que na próxima sexta-feira, Maria Antonieta dará lugar a Mary Jane. Gostei da parte em que seu marido toma a primeira iniciativa para uma noite de amor (ou os príncipes só fazem isso para gerar herdeiros?) e logo em seguida ele se desculpa e vai dormir. Há muitas piadinhas terrivelmente sem graça que beiram o ridículo mas eu acreditava nas boas intenções da Sofia Coppola.

Eu gostei mais de Encontros e Desencontros e nunca vi As Virgens Suicidas. É bem visível algumas semelhanças entre a Antonieta e a personagem da Scarlett Jonhansson de Encontros como o fato de serem personagens femininos reprimidos que entram em um novo ambiente e buscarão mudar algo na situação em que viverão. Você pode perceber também que enquanto a Scarlett observa Tóquio através da janela do hotel, a Kirsten observa os jardins através da janela do palácio ou das carruagens.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Número 23

Eu nem estava empolgado para escrever sobre Número 23 mas quando cheguei em casa e percebi que tinha visto o filme num dia 23, cai na risada e vim para cá escrever. Mas antes tive que fazer mais uma coisa só para matar minha curiosidade. Meu nome dá o número 131, ou seja, 1+3+1=5=2+3. Minha data de nascimento dá 1994 que é 10+3+1981. 1+9+9+4=23. Assustador! Já tenho idéias para o meu livro. Que nada. Não ligo para numerologia e derivados. O filme conta a história de um Jim Carrey que se tornará paranóico ao receber um misterioso livro que aparentemente tem detalhes demais de sua vida. O filme pretende ser um suspense psicológico mas só pretende. Imagino que as aparições do 23 eram para deixar o público envolvido mas acabaram sendo engraçadas. Eu só estava curioso pelas investigações sem me importar com o gênero do filme. A história é até interessante mas não tem nada que nunca tenhamos visto. Eu fiquei tão surpreso quando acabou a sessão porque olhei para o relógio e só haviam passado 90 minutos e o filme pareceu ter durado muito mais de duas horas. O contrário seria um ponto positivo. O elenco tem ainda a Virginia Madsen (pesquisei de onde eu a conhecia e era de Sideways) que faz a esposa do Jim e o filho do casal que eu também conhecia e consegui lembrar depois que era o Bobby (Logan Lerman) da extinta série Jack & Bobby. Se alguém me perguntar se vale a pena assistir, eu digo que sim. E aposto que deve ser melhor que A Colheita do Mal com a Hilary Swank que estava passando na sala ao lado.

domingo, 15 de abril de 2007

300

300 é exatamente aquilo que você espera após ver o trailer. Muita violência recheada com um monte de discursos sobre glória, liberdade, orgulho, etc. É até um bom entretenimento mas não queira encontrar conteúdo. O filme começa com um prólogo interminável sobre o destino de um espartano até chegar ao nosso herói Leônidas que praticamente só fala berrando. Aí ele recebe um mensageiro do rei persa Xerxes (Rodrigo Santoro que está divertido no papel) dizendo que vai dominar as terras gregas. Leônidas joga o rapaz num buraco e vai à guerra contra a vontade de umas criaturas feias chamadas Éforos.

O que resta de bom em 300 são aspectos técnicos como a fotografia característica desta adaptação da graphic novel do Frank Miller. O que mais gostei foram as lutas corpo a corpo com a aceleração e desaceleração da velocidade. Fora isto não resta nada que mereça ser lembrado. É apenas uma exaltação à guerra. Os gregos lutam contra vários tipos de seres, os guerreiros comuns, os imortais que morrem com a mesma facilidade dos comuns, os mágicos e animais gigantes. Gostei da festinha promovida pelo Xerxes. Quando vi o trailer pela primeira vez, fiquei com a impressão de que seria um filme para o público masculino adulto que ainda brinca com bonecos ou que se fantasiou para ir ao cinema assistir Star Wars, Senhor dos Anéis ou Matrix. Mantive esta impressão depois do filme. O que eu gostava mais de História era a Idade Antiga com Roma e Grécia e desde aquela época eu preferia Atenas do que Esparta.

Numas das raras ocasiões, 300 teve evento de lançamento no país com a presença do diretor Zack Snyder e dos atores Gerard Butler e Lena Headey. O Rodrigo agradeceu. O filme teve o maior público de estréia do ano por aqui mas vai ficar para trás devido à temporada de férias que vem por aí quando só se falará de Peter Parker, Shrek, Harry Potter e Jack Sparrow.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Pecados Íntimos

O período das vacas gordas ainda continua. Mesmo que eu não vá ver Borat, Apocalypto ou O Labirinto do Fauno, ainda tem Dreamgirls até o fim de semana. Aproveitando a Segunda Irresistível do Severiano Ribeiro, fui ver Pecados Íntimos. É simples, o filme é excelente, o elenco (adulto e infantil) está brilhante, o roteiro ajuda e o final engrandece tudo o que veio antes. É claro que certos elogios devem ser dados ao livro no qual o filme é baseado. Se eu gostei do final é porque no livro está assim. Normalmente é assim. Um grande exemplo de quando isto não acontece é O Catelo Animado onde o que mais gostei foram as mudanças que o Miyazaki fez em relação à história original.

Só conheço a Kate Winslet e a Jennifer Connelly do elenco. O restante não me recordo. A cada novo trabalho da Kate, eu admiro mais seu talento. Mesmo que o seu papel seja ruim, ela o faz parecer especial. Não é o caso de Pecados Íntimos. Aqui ela é uma esposa, mãe e mestra em literatura cujo marido a troca por pornografia na internet. Ela começará um romance com Brad, um jovem pai que visita o playground da comunidade e que também possui um casamento problemático pois sua mulher é obcecada pelo trabalho. Só que ele não é tão insatisfeito. Está tentando passar no exame da ordem dos advogados pela terceira vez mas ao invés de estudar, ele fica observando um grupo de skatistas que nunca falam com ele. Brad é amigo de Larry, um ex-policial que se enconde atrás de sua hipocrisia. Este é o fundador de um grupo formado por alguns pais contra o pedófilo (agora ex-?) que acaba de retornar à sociedade. Uma das coisas que gostei é que ele não é um vilão, os personagens não são divididos em bons e maus. Quem somos nós para julgarmos alguém que já abusou de crianças se também somos semelhantes? Não estou falando de termos feito o que ele fez. A participação do Jackie Earle Haley (indicado ao Oscar por ator coadjuvante) interpretando o pedófilo é pequena e é a mais marcante do filme. Gostei muito de sua mãe também que sempre o defende não por ser sua mãe.

Enquanto o filme prosseguia, eu não fazia idéia de como aquelas histórias acabariam. Eu me senti um pouco envergonhado ao pré-julgar o Jackie Haley no final. Ele sai à noite com uma faca, está alterado e irá por acaso encontrar Kate e a filha. O que eu poderia imaginar?

Eu terminei de escrever este texto duas semanas após ter visto o filme. Teria escrito mais antes mas fiquei doente dois dias depois daquela segunda-feira e o pior de tudo foi que perdi Dreamgirls.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A Rainha

A principal razão para querer ver A Rainha era a Helen Mirren devido a todos os prêmios pela sua atuação. E o filme também recebeu críticas positivas. Lá fui eu provar. Mesmo tendo cochilado, o filme é bem agradável e até divertido. Não conheço a rainha Elizabeth II mas Helen Mirren está totalmente convincente no papel. Uma caracterização impecável. O filme mostra a situação da monarquia britânica entre a chegada do novo Primeiro-Ministro Tony Blair e a semana que sucedeu o acidente com a Princesa Diana. O foco maior é a posição da rainha em relação às críticas severas do povo pela ausência de um pronunciamento oficial por parte da realeza sobre a morte de Diana. Ela se sente pressionada por todos os lados, principalmente pelo Tony Blair, para fazer o tal pronunciamento em público. Gostei quando perguntam sobre a mudança de uma frase no discurso já preparado e a rainha responde que não tem opção. É disto que tudo se trata. Acalmar o sofrimento ilusório de toda aquela gente.

As cenas da Diana me fizeram perceber como não tenho uma mínima lembrança dos noticiários de quando ela era viva. Só lembro bem das notícias do acidente e que o único single que comprei na vida é o do Elton John regravando Candle In The Wind. Foi bom ver como Diana era vista pela família Real naquela época e conhecer mais o relacionamento com os outros líderes políticos que é cheio de divergências. Acho que o filme não quer endeusar ninguém já que só mostra a família real perante àquela situação específica mas Diana sai como vítima.

Não vale a pena nem citar o passatempo de Harry e William. "A mãe de vocês morreu. Que tal matar uns bichinhos para se sentirem melhor?"

segunda-feira, 19 de março de 2007

Babel

Após um longo período de três semanas sem ver nada na telona, as opções estão de volta. Eu poderia ter visto Babel semana passada mas ainda bem que não saiu de cartaz. Quando assisti Amores Brutos no começo do ano, eu disse que iria ver 21 Gramas antes de Babel só que a minha sorte não ajudou. Fui à locadora pegar 21 mas disseram que não possuíam mais o disco porque um sujeito fugiu com alguns e 21 estava no meio. Aparentemente é um ladrão de bom gosto. Só resta o Telecine exibir para mim.

Gostei muito de Babel mas Amores Brutos tem algo a mais. Eu só fui me envolver com a história a partir da metade, o começo é lento e muito arrastado. A fórmula é a mesma. Quatro histórias diferentes que estão interligadas por algum fator. Diferentemente de Amores Brutos que narra as histórias separadamente, Babel intercala as três durante todo o filme. Eu gostei disso porque separadamente as histórias não conseguem se sustentar. Por exemplo, quando estava passando a história no Marrocos com o Brad Pitt e a Cate Blanchett, eu logo ficava cansado. Aí mudou para o México, a atenção voltou. Cansei deles, cortam para o Japão. Fica sempre neste vai e vem.

Os destaques vão para Adriana Barraza e Rinko Kikuchi. Gostei das cenas da Adriana com as crianças no deserto. Torci muito por ela e não fiquei nenhum pouco preocupado se a Cate iria sobreviver ao tiro. A história que mais gostei foi a da Rinko mesmo sendo a mais enigmática, e deve ser a única que irei lembrar melhor. Toda a sua luta para ser aceita foi a que mais senti.

Babel é um grande retrato cultural também mostrado através de um casamento mexicano, da miséria de um povo no Marrocos e da juventude japonesa. Acho que isto foi o que mais tirei proveito do filme. As histórias e os personagens não são tão intensos como em Amores Brutos. Até a ex-modelo berrando "Ritchie! Ritchie! Ritchie!" de Amores e mais interessante que o drama do Brad e da Cate. Mas a finalização das histórias de Babel foram suficientes para eu ter gostado dele de forma geral.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

À Procura da Felicidade

É só tristeza. E não estou falando do filme. O CineCidade encerrou suas atividades semana passada e os filmes que quero ver não chegam por aqui. Sobrou À Procura da Felicidade cujo trailer já resumia bem a história. Quem tinha esperança de ver algo a mais se decepcionou. Will Smith é um pai que passa por desgraças financeiras, profissionais e amorosas (esta é de menos) e ele ama muito seu filho que também é seu filho na vida real. A esposa do Will no filme lembra muito a Jada Pinkett-Smith. Ela poderia ter participado, assim ficaria tudo em família. Mas como eles iriam brigar, sei não.

Felicidade só foi feito para comover então o filme já começa informando que é uma história verídica e naturalmente termina contando o que aconteceu com o personagem do Will Smith. Eu senti que muitas das desgraças foram mostradas como piadas então não soube se era parar rir ou ter pena. Só fui sentir algo quando o Will recebe o resultado da prova, ou seja, no final do filme. Mas não foi nada comparado à garota ao meu lado que chorou até soluçar. Uma coisa que não entendi é por que o Will passa o filme todo correndo e cruzando as ruas movimentadas. Quando foi atropelado, pensei "finalmente!!". E a cena com o cubo no táxi? Achei incrível algumas pessoas terem vibrado quando o Will consegue montá-lo. É como torcer na reprise de um jogo onde todos sabem o resultado.

Não gostei dos personagens. O garoto faz aquele tipo de "olha como ele é esperto" e até conta piada. O Will faz um tipo que eu acho irritante. Imagine estar na rua e alguém se aproxima pedindo ajuda. Só que este alguém vai dramatizar como a vida que tem é difícil para aumentar as chances de ter nossa ajuda. Não é por nada não mas eu não ficaria mais sensibilizado. Também não gostei da narração que só dava sono. Se eu fosse muito ruim, mudaria o título para À Procura da Saída do Cinema.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Amor Não Tira Férias

É difícil elogiar O Amor Não Tira Férias porque o filme é praticamente uma chatice do começo ao fim. Esta comédia romântica que não funciona como comédia e nem como romance não traz nada de novo e é apenas mais uma história convencional sobre decepções amorosas e a busca pelo par pefeito. A sinopse é a seguinte: duas moças que sofreram uma desilusão no amor irão trocar de casas durante as férias de fim de ano para esquecer os ex-namorados. Em suas novas vidas, irão se apaixonar e viver felizes. Ponto Final. Mesmo sendo previsível, o final é até bonitinho e não foge à fórmula.

Não vai demorar muito para você perceber que o filme não vai evoluir. Grandes partes das piadas são infantis. Cameron Diaz bate a cabela num galho e a neve cai. Cameron Diaz tenta se comunicar com cachorro. Mas eu gostei da cena em que a Kate Winslet se confunde com as linhas telefônicas. Horas antes de chegar ao cinema, fui ler algo sobre o filme e uma das críticas dizia que um dos problemas era o fato da Kate ser atriz e a Cameron não. E isto é bem visível. As duas não contracenam juntas mas a Kate se sai melhor em suas cenas. Na montagem com o cachorro, a Cameron fica apagada pelo animal. Achei tão fora de contexto a presença daquele roteirista aposentado na história. Faria mais sentido se o Jack Black aparecesse logo na nova vida da Kate. Outro problema do filme é que tudo é muito explicado. Há diálogos longos. Quando a Kate vai contar ao Jack sobre o porquê de vir para Los Angeles, ela diz toda a história mas é desnecessário porque o público já sabe. E quando a garotinha do Jude Law aparece dizendo que se chama Sophie? Aí surge outra dizendo que se chama Olivia. O público agora entendeu de quem eram aqueles nomes. No entanto, lá está a Cameron para repetir: "Sophie e Olivia".

Há uma cena entre o Jack e a Kate num restaurante em que ele esbarra sem querer o braço nos seios dela. Eu achei tão verdadeira que desconfio que aconteceu mesmo e o restante com o Jack se desculpando foi improvisado. As garotas na sessão se derreteram quando a Cameron Diaz chora pela primeira vez depois dos 15 anos. O filme é dirigido por uma mulher e tenta agradar mais a platéia feminina. Em termos de romance, fico com Closer.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

007 Cassino Royale

Fui ver o meu primeiro filme do tão famoso agente James Bond. E eu nem esperava que entrasse no Shopping Farol a esta altura do campeonato. Como entrou, tive que assistir porque a outra opção era Uma Noite no Museu e Cassino Royale também tinha a Eva Green. Eu até gostei desta primeira experiência mas histórias de serviços secretos não me atraem tanto. Aí resta somente aproveitar a ação e os efeitos especiais do filme. Cassino Royale ainda proporciona alguns momentos divertidos. Meu maior contato anterior com esta série foi o Goldeneye para Nintendo 64 que eu não lembro de ter zerado e é mais provável que eu nunca tenha finalizado mesmo.

Cassino Royale entra na onda do pôquer, aquele jogo de cartas que as celebridades adoram jogar na TV. Já aprendi várias expressões do jogo com tais programas, agora preciso aprender as regras. Tem também o Le Parkour nas cenas iniciais. Um colega meu ficou fascinado por esta prática que conheceu devido ao filme e perguntou se eu já conhecia. Ele ficou surpreso quando falei que eu conhecia há mais de um ano quando Madonna usou no clipe de Hung Up. A maioria desconhece esta prática porque riram durante as escaladas do apelidado Homem-Aranha. Acharam um absurdo. Mas situações absurdas fazem parte da essência dos filmes do 007. Não seriam a razão de sua popularidade? Os carros, as armas, a licensa para matar. Cassino Royale fez tanto sucesso no Reino Unido que se tornou o terceiro filme a ultrapassar a marca de 100 milhões de dólares por lá. Todo o elenco faz seu trabalho direitinho. Achei o Daniel Craig excelente. Gostei também do Le Chiffre porque não senti aversão ao vilão. Originalmente aquela cena em que a bond girl está embaixo do chuveiro teria a atriz totalmente despida mas Eva Green achou que faria mais sentido se ela estivesse vestida. Já o Craig não poderia exigir o mesmo em sua cena de tortura. Nós homens ficamos tão solidários.

O filme se torna cansativo nos trinta minutos finais, ou seja, após duas horas. E é mais incômodo quando você fica suando porque o ar condicionado não faz efeito. Deve ter sido o calor humano porque a sessão estava cheia.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Eragon

Quando cheguei em casa, meu pai perguntou se eu havia ido ver o filme da Xuxa e mencionou que eu não perdia um filme dela durante a minha infância. De fato, só lembro de ter visto Super Xuxa Contra o Baixo Astral no cinema mas acho que vi também o Lua de Cristal. Os tempos eram outros e nem sei se sentiria nostalgia caso os assistisse atualmente. Enfim, não houve escolha. Tive que ver Eragon dublado. E eu já esperava não entender todos aqueles nomes. Na verdade, só tenho certeza do nome do protagonista. Não sei se um americano compreende mais facilmente a maioria desses nomes de personagens e lugares. Com Eragon aconteceu a mesma coisa que o Código Da Vinci. As críticas me tiraram qualquer chance de esperar um filme que fosse pelo menos bom. E no final acabei gostando mais do que achava que iria gostar. É claro que Eragon está longe de ser excelente mas também não é tão inútil como a crítica americana diz. Até que funciona como entretenimento.

O que mais achei bonito no filme foi a relação entre Eragon e seu dragão. Foi o que mais me convenceu, mesmo com os seus diálogos batidos. Eu que não tenho bicho de estimação, fico até com vontade de ter. Se eu não tivesse visto o elenco antes, iria ter uma surpresa ao ver o nome de Joss Stone nos créditos iniciais. E sua dubladora tinha uma voz muito grave. Ed Speleers até que se saiu bem para o seu primeiro papel mas precisa melhorar, se é que atuação importa nestes gêneros. As cenas de constrangimento são comandadas pelo espectro Durza. Um garoto de dez anos não vai enxergar Eragon como o seu herói, apenas deve achar o máximo ele voar num dragão. E este é o maior defeito do filme. Faltou a magia da jornada épica e assim o público não se envolve intensamente com a história. Vi o garotinho ao meu lado bocejar algumas vezes. Não gostei quando Eragon expressa que sua maior preocupação é matar os inimigos antes mesmo de dominar uma espada. Um desejo assassino bastante elevado para um jovem fazendeiro de coração nobre. Falando nisso, eu acompanhei atentamente as notícias do enforcamento do Saddam Hussein na madrugada de sábado para domingo e isso me deixou numa vontade de ver de novo Dançando No Escuro. Foi até mais forte desta vez.

Eu tinha esquecido completamente que o público de Eragon poderia ser mais diversificado. Não tem comparação com aqueles que vão assistir Volver, por exemplo. A sessão de Eragon estava quase lotada e ainda enfrentei cinco minutos de fila. É incrível como as crianças sabem se comportar mais e não são elas que fazem piadinhas racistas quando a mocinha vai chamar Eragon após ele ter tomado banho no esconderijo daquele grupo de pessoas que não entendi o nome.

A Fox deverá fazer mudanças para a sequência Eldest. Eragon decepcionou nas bilheterias americanas e foi pior ainda no Reino Unido. Comecei 2007 de forma excelente. Não, não é por causa de Eragon. Assisti Amores Brutos do Alejandro González Iñárritu com o Geri García Bernal (era o que tinha no guia eletrônico da NET). Agora é esperar Babel chegar por aqui, até lá tentarei ver 21 Gramas.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Vistos em 2007

1. Eragon (Stefen Fangmeier)
2. Amores Brutos (Alejandro González Iñárritu)
3. Cama De Gato (Alexandre Stockler)
4. 007 Cassino Royale (Martin Campbell)
5. Entrando Numa Fria (Jay Roach)
6. Trainspotting – Sem Limites (Danny Boyle)
7. Manderlay (Lars von Trier)
8. O Amor Não Tira Férias (Nancy Meyers)
9. Entrando Numa Fria Maior Ainda (Jay Roach)
10. Johnny E June (James Mangold)
11. Superman – O Retorno (Bryan Singer)
12. A Casa do Lago (Alejandro Agresti)
13. Cruzada (Ridley Scott)
14. À Procura Da Felicidade (Gabriele Muccino)
15. O Segredo De Brokeback Mountain (Ang Lee)
16. Bonequinha De Luxo (Blake Edwards)
17. Hellboy (Guillermo del Toro)
18. Babel (Alejandro González Iñárritu)
19. A Rainha (Stephen Frears)
20. Quatro Irmãos (John Singleton)
21. Pecados Íntimos (Todd Field)
22. 300 (Zack Snyder)
23. Monty Phyton: O Sentido Da Vida (Terry Jones / Terry Gilliam)
24. As Bicicletas De Belleville (Sylvain Chomet)
25. A Era Do Gelo (Chris Wedge)
26. Wallace & Gromit – A Batalha Dos Vegetais (Steve Box / Nick Park)
27. Número 23 (Joel Schumacher)
28. Maria Antonieta (Sofia Coppola)
29. Homem-Aranha 3 (Sam Raimi)
30. Edukators (Hans Weingartner)
31. Cidade Dos Sonhos (David Lynch)
32. Quando Paris Alucina (Richard Quine)
33. Hannibal – A Origem Do Mal (Peter Webber)
34. Aeon Flux (Karyn Kusama)
35. Capote (Bennett Miller)
36. Laranja Mecânica (Stanley Kubrick)
37. Um Crime De Mestre (Gregory Hoblit)
38. A Identidade Bourne (Doug Liman)
39. A Supremacia Bourne (Paul Greengrass)
40. As Crônicas De Nárnia: O Leão, A Feiticeira E O Guarda-Roupa (Andrew Adamson)
41. As Torres Gêmeas (Oliver Stone)
42. A Noiva-Cadáver (Tim Burton)
43. Piratas Do Caribe – O Baú Da Morte (Gore Verbinski)
44. Tudo Acontece Em Elizabethtown (Cameron Crowe)
45. O Virgem De 40 Anos (Judd Appatow)
46. Piratas Do Caribe – No Fim Do Mundo (Gore Verbinski)
47. O Iluminado (Stanley Kubrick)
48. A Era Do Gelo 2 (Carlos Saldanha)
49. The King (James Marsh)
50. Munique (Steven Spielberg)
51. Shrek Terceiro (Chris Miller)
52. X-Men – O Filme (Bryan Singer)
53. Quarteto Fantástico (Tim Story)
54. Um Amor Para Recordar (Adam Shankman)
55. Se Eu Fosse Você (Daniel Filho)
56. Harry Potter E A Ordem Da Fênix (David Yates)
57. À Espera De Um Milagre (Frank Darabont)
58. Top Gun – Ases Indomáveis (Tony Scott)
59. Querida Wendy (Thomas Vinterberg)
60. Memórias De Uma Gueixa (Rob Marshall)
61. Ratatouille (Brad Bird)
62. Paradise Now (Hany Abu-Assad)
63. Napoleon Dynamite (Jared Hess)
64. Duro De Mata 4.0 (Len Wiseman)
65. V De Vingança (James McTeigue)
66. Rain Man (Barry Levinson)
67. Touro Indomável (Martin Scorsese)
68. Superman – O Filme (Richard Donner)
69. Sem Reservas (Scott Hicks)
70. Contra A Parede (Faith Akin)
71. A Criança (Jean-Pierre Dardenne / Luc Dardenne)
72. Armações Do Amor (Tom Dey)
73. Missão Impossível (Brian De Palma)
74. Missão Impossível 2 (John Woo)
75. Réquiem Para Um Sonho (Darren Aronofsky)
76. Violação De Domicílio (Saverio Costanzo)
77. Missão Impossível 3 (J.J. Abrams)
78. Os Simpsons – O Filme (David Silverman)
79. O Ultimato Bourne (Paul Greengrass)
80. Nanny McPhee – A Babá Encantada (Kirk Jones)
81. Waking Life (Richard Linklater)
82. O Grande Truque (Christopher Nolan)
83. Aos Treze (Catherine Hardwicke)
84. As Virgens Suicidas (Sofia Coppola)
85. Quero Ser John Malkovich (Spike Jonze)
86. Primo Basílio (Daniel Filho)
87. Entre Quatro Paredes (Todd Field)
88. A Estranha Família De Igby (Burr Steers)
89. Contra Corrente (David Gordon Green)
90. O Ilusionista (Neil Burger)
91. Paranóia (D.J. Caruso)
92. Tropa De Elite (José Padilha)
93. O Show De Truman (Peter Weir)
94. Vôo United 93 (Paul Greengrass)
95. O Diabo Veste Prada (David Frankel)
96. O Nome Do Jogo (Barry Sonnenfeld)
97. Flores Partidas (Jim Jarmusch)
98. Transamérica (Duncan Tucker)
99. Más Companhias (Arie Posin)
100. Obrigado Por Fumar (Jason Reitman)
101. Dreamgirls – Em Busca De Um Sonho (Bill Condon)
102. Hotel Ruanda (Terry George)
103. Ligeiramente Grávidos (Judd Appatow)
104. Dália Negra (Brian De Palma)
105. Carruagens De Fogo (Hugh Hudson)
106. Beleza Americana (Sam Mendes)
107. Nunca É Tarde Para Amar (Amy Heckerling)
108. Superbad – É Hoje (Greg Mottola)
109. My Fair Lady (George Cukor)
110. Dogma (Kevin Smith)
111. Chocolate (Lasse Hallström)
112. Gênio Indomável (Gus Van Sant)
113. Jogos Mortais 4 (Darren Lynn Bousman)
114. A Profecia (John Frankenheimer)
115. Os Sem-Floresta (Tim Johnson / Karey Kirkpatrick)
116. O Plano Perfeito (Spike Lee)
117. Justiça A Qualquer Preço (Andrew Lau)
118. Hair (Milos Forman)
119. Hairspray – Em Busca Da Fama (Adam Shankman)
120. Priscilla – A Rainha Do Deserto (Stephan Elliott)
121. Caché (Michael Haneke)
122. Carrie, A Estranha (Brian De Palma)
123. O Que Você Faria? (Marcelo Piñeyro)
124. Maria (Abel Ferrara)
125. Amor, Sublime Amor (Jerome Robbins / Robert Wise)
126. Caminho Para Guantanamo (Mat Whitecross / Michael Winterbottom)
127. A Festa De Babette (Gabriel Axel)
128. Sra. Henderson Apresenta (Stephen Frears)
129. O Labirinto Do Fauno (Guillermo del Toro)
130. Stardust - O Mistério Da Estrela (Matthew Vaughn)
131. Kagemusha - A Sombra Do Samurai (Akira Kurosawa)
132. Bubble (Eytan Fox)
133. Leões E Cordeiros (Robert Redford)
134. O Fabuloso Destino De Amelie Poulain (Jean-Pierre Jeunet)
135. Separados Pelo Casamento (Peyton Reed)
136. A Grande Família – O Filme (Maurício Farias)
137. Para Sempre Na Minha Vida (Gabriele Muccino)
138. A Lenda De Beowulf (Robert Zemeckis)
139. Arquivo X – O Filme (Rob Bowman)
140. A Vida É Bela (Roberto Benigni)
141. Fahrenheit 451 (François Truffaut)
142. X-Men 2 (Bryan Singer)
143. Vampiros De Almas (Don Siegel)
144. Era Uma Vez No Oeste (Sergio Leone)
145. Paris, Texas (Wim Wenders)
146. Xanadu (Robert Greenwald)
147. O Grande Chefe (Lars von Trier)
148. Nashville (Robert Altman)
149. Quero Ser Grande (Penny Marshall)
150. Elizabeth (Shekhar Kapur)
151. Estrela Solitária (Wim Wenders)
152. Grendel (Nick Lyon)
153. Beavis E Butt-Head Detonam A América (Mike Judge / Yvette Kaplan)
154. O Amigo Americano (Wim Wenders)
155. Fonte Da Vida (Darren Aronofsky)
156. Em Busca Da Vida (Jia Zhang Ke)
157. Festa De Arromba (Michel Gondry)
158. Fitzcarraldo (Werner Herzog)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias

Quase que eu perdi o início do filme. Primeiro, o trânsito atrapalhou devido a um ônibus quebrado bem no meio da avenida. Segundo, a máquina de imprimir os bilhetes enguiçou com a pessoa da fila a minha frente. Terceiro, não houve terceiro. As opções da semana eram Xuxa Gêmeas, Anjos da Vida e O Ano, ou seja, só havia uma escolha. Até já chegou aqui Cassino Royale no Iguatemi mas eu nunca vou lá, espero subir para os cinemas mais próximos de onde moro - o que não é sempre uma boa idéia, foi assim que perdi O Labirinto do Fauno, entrou no Iguatemi e saiu de cartaz em uma semana. Volver e Sunshine também só duraram uma semana mas ainda bem que não entraram no Iguatemi. Como eu ia dizendo, eu só tinha uma escolha esta semana e como o trailer de Anjos da Vida não vende o filme, faz o contrário, quis distância dele. Não que eu tenha ido ver O Ano só por eliminação, havia até um motivo mais especial para prestigiar. Palavras do diretor do CineCidade: Um grande filme que o CineCidade trabalhou muito para conseguir exibir...

Eu estou enrolando mesmo para falar do filme. A primeira coisa que pensei foi que ele não é nada ruim, logo só pode ser muito bom. Um garoto viciado por futebol é deixado com seu avô enquanto seus pais fogem dos militares que governavam o nosso país. Mas ele não sabe a real razão das férias dos pais e vai ser cuidado pelos judeus da comunidade já que o avô morre. A maior parte do filme se passa durante a Copa Mundial de 1970, só assim para eu saber (ou lembrar) que o Brasil venceu esta numa final contra a Itália e que seu primeiro adversário foi a Tchecoslováquia. A narração do garoto deve ser a coisa mais bela desta produção. Também gostei do retrato dado a sua infância, suas brincadeiras, as festas, seus sonhos e a tristeza por não saber onde estão os pais, é bem sincero. O filme não analisa profundamente a situação política do país e não acho que seja sua função. E é tão nostálgico, me fez lembrar da nossa televisão preto e branco, o futebol de botão que eu só joguei nos anos 90...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Pequena Miss Sunshine

Havia tanto tempo que eu queria assistir Little Miss Sunshine (ainda não sabia qual seria o título em português) que eu não lembrava o primeiro motivo. Eu sei que foi por alguma reportagem mas não lembro quando e nem onde. Depois o filme fez uma excelente campanha nas bilheterias americanas para um filme independente, recebeu ótimas críticas, está sendo indicado a vários prêmios. Até então, O Castelo Animado era o meu filme preferido que vi em 2006. E não é que Pequena Miss Sunshine assumiu o título agora?

A história é convencional. Uma família que chamaríamos de problemática, além de qualquer coisa ser motivo para discussão, e que está passando por dificuldades financeiras tem que levar a filha caçula para um concurso de Miss na California. O único meio de transporte disponível é uma kombi velha. No caminho irão passar pelas mais diversas situações. Eu gostei quando eles são parados por um policial e o pai diz para agirem como se fossem normais. Como parece, o filme é uma comédia. E mesmo não sendo sofisticada, neste gênero já funciona muito bem. Você pode ver se estiver procurando só diversão e vai ficar satisfeito. Só que o filme oferece algo a mais. Por exemplo, na cena final que é a apresentação de dança da garotinha e talvez a mais engraçada pois foi quando as pessoas morreram de rir, eu estava bastante comovido. Eu prestava atenção no lado emotivo de tudo aquilo. Durante o desenvolvimento da história você se apega de todas as formas aos personagens (excluindo possivelmente o pai que eu odiava cada vez mais) e quando acaba quer mais. É uma comédia construída a partir de uma base sensível honesta.

O destaque do elenco é naturalmente Abigail Breslin que faz Olive. A garota estava excelente e nem sabia que já tinha feito tantos trabalhos tanto no cinema quanto na TV. É muito bonita a cena em que ela diz ao avô que não quer ser uma perdedora. A mãe é interpretada pela Toni Collette que acabou de ser indicada ao Globo de Ouro por este papel. Pequena Miss Sunshine também ganhou uma indicação para Filme (Musical ou Comédia). Ainda tem o virgem de 40 anos Steve Carrell que faz o tio de Olive.

O filme satiriza os concursos de beleza. É só ver os penteados e sorrisos das concorrentes. A gente percebe também que é um filme de baixo custo pelos figurantes que fazem a platéia do concurso. O maior triunfo dele é tornar uma história simples em algo realmente prazeroso de assistir.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Volver

Eu não sei se é bom assistir um filme com aquela expectativa de ser um dos melhores do ano mas fui ver Volver assim que finalmente estreou aqui em Maceió. Há alguns meses vi meu primeiro filme do Almodóvar, Tudo Sobre Minha Mãe. Dias depois foi a vez de Má Educação. Jurei que o próximo que ele fizesse eu iria ver no cinema porque quando vi TSMM e MA, fiquei lamentando por nunca ter assistido antes. Então não queria que acontecesse o mesmo com Volver. Gostei muito dele mas acho que não teria provocado o mesmo impacto de TSMM se Volver fosse o primeiro filme do diretor que eu tivesse visto.

Em Volver, dizem que Pedro Almodóvar revisita seus trabalhos anteriores. Como não vi a maioria, só vejo semelhanças com TSMM. Ambos tratam do universo feminino e mostram que as mulheres não precisam de seus homens pois são eles que traem, são vagabundos e só pensam em sexo. Praticamente não há personagens masculinos, e eles são secundários. No caso de TSMM é assim, se é para ter homem entre os personagens principais, então é travesti. Os homens de Volver são homens mesmo e só servem para impulsionar alguns aspectos da trama.

Inicialmente o filme trata de duas histórias diferentes, o assassinato do pai que tentou abusar sexualmente da filha e a aparição do espírito da mãe morta, que no final se encaixam perfeitamente. Em termos de roteiro, eu prefiro Má Educação. Mas Volver também tem um trama bem desenvolvida com personagens centrais bem trabalhados. Só achei a narrativa um pouco lenta em algumas partes, principalmente depois da metade o que me deixou bastante impaciente e me fez pensar se a conclusão das histórias seria satisfatória. E felizmente foi! O humor é outra característica marcante do Almodóvar. A maior lembrança que tenho de TSMM é o começo dramático (e achei que seria assim até o final) e como eu ria bastante depois. Em Volver é quase a mesma coisa. A comédia e o drama se misturam regularmente. O público recebe a notícia da morte de um personagem, em seguida está rindo em seu velório. Gosto da abordagem cômica do assunto. As atrizes estão excelentes. Parece que vem aí a indicação de Penelope Cruz ao Oscar. Há um belo trabalho com as cores. É um filme bem silencioso, não ouvi muita trilha sonora e isso facilitou a disseminação dos roncos de um espectador que dormiu durante a sessão.

Promessa cumprida de ver no cinema, agora vou atrás de Fale Com Ela.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Happy Feet - O Pinguim

Pinguins não levam muito jeito para musical. E eu não esperava que levassem. Eu nem tenho vontade de assistir essas animações, quase sempre são tão bobinhas e Happy Feet não foge à regra. Mas acho que satisfaz seu público alvo. Não fui ver achando que iria me tornar uma pessoa mais consciente em relação à questões ambientais. A gente só vê isso pelo entretenimento. E como dizem por aí, Ramón é mesmo quem provoca mais reações no público devido ao seu toque latino. Essa é umas das vantagens da dublagem, acrescentar algo com que o público daquela língua possa se identificar mais. Procurando Nemo é um filme que só consigo ver dublado. A invasão de bichos falantes em 2006 foi enorme, acho que pinguins atraem mais.
Eu pensei que haveriam mais números musicais, no entanto, Happy Feet, que já é a maior animação da WB, enfatiza a aventura. A jornada de Mano em busca dos ETs é interessante por tudo o que ele vai passar. A foca, os elefantes-marinhos e as orcas ficaram excelentes em termos de CG. Eu não consigo engolir essas histórias, Mano é discriminado pelos outros de sua espécie mas no fim sempre sabemos que haverá o momento do arrependimento. E também os humanos se tornam mais conscientes. Aquela coisa que só acontece em filmes.
Depois que conheci A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado, essas animações hollywoodianas ganharam um novo sentido. Já estou até esquecendo os pinguins graciosos.

domingo, 3 de dezembro de 2006

2 Filhos de Francisco

Vou falar dele porque vi hoje novamente. O sucesso do filme era garantido: a biografia melodramática de um dupla sertaneja famosa o que facilita a divulgação pelos programas populares, uma vida humilde de sofrimento e tragédia até chegar ao estrelato, um elenco de rostos já conhecidos, uma história envolvente, etc. É o longa brasileiro de maior público nos últimos 25 anos. Mas não quer dizer que se fizerem o mesmo com Leandro & Leonardo o sucesso seja o mesmo. 2 Filhos é realmente um filme muito bom. É até nostálgico porque me faz lembrar do começo dos anos 90 quando assistir Sabadão Sertanejo era um programa para as noites de sábado. Mas hoje não sinto nenhuma falta. Durante o filme eu até esqueci que estava ouvindo música sertaneja e derrubei mais lágrimas do que na primeira vez.

A primeira parte onde mostram a trajetória dos dois garotos é a melhor. Ainda bem que deram mais ênfase a isso. Você torce por eles, sofre com as dificuldades da família. Lembrando que era uma época em que a diversão era fazer filhos. Gostei bastante de quando os garotos vão à rodoviária por conta própria cantar porque precisavam de dinheiro. Depois do acidente de carro, os filhos crescem e o ritmo do filme decresce. O entretenimento é maior quando vemos Zezé criança e não adulto. Depois daí os fatos são mais episódicos. Casamento com Zilú, mudança para São Paulo, gravação de É Amor, rádio em Goiânia toca a música e ficam famosos.

Comparado com Cazuza que vi há pouco tempo, 2 Filhos é infinitamente superior.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Os Infiltrados

Fui ver Os Infiltrados e a satisfação ao final foi imensa mesmo o gênero policial não sendo um dos meus preferidos. É o segundo filme do Martin Scorcese que vejo, o primeiro foi Gangues de Nova York. O Aviador está na lista de pendências há meses mas estou adiando. Acho que não vai demorar mais agora já que gostei bastante dos dois que já assisti. A sala estava bem vazia e com tanto lugar sobrando um individuo sentou logo na fileira da frente e na minha frente, bloqueou legal minha visão mas eu fui um pouco para o lado e tudo se resolveu.

Todo o elenco está perfeitamente bem. Se o Mark Wahlberg tivesse tido uma participação maior, acho que eu diria que foi meu preferido. Jack Nicholson lidera um grupo da máfia e se eu fosse mafioso, queria tê-lo como meu chefe. Matt Damon é um dos infiltrados. Como será que fica a amizade dele com Ben Affleck? Os dois despontaram juntos quando ganharam o Oscar pelo roteiro de Gênio Indomável mas o Matt é quem tem uma carreira mais respeitável. Nunca concorreu a um Fambroesa enquanto o Ben já ganhou dois e concorreu a seis. Leonardo DiCaprio é outro que só melhora. Lembro que na época do Titanic eu pensava se ele iria perder algum dia o título de "Jack do Titanic". Quando O Homem da Máscara de Ferro foi lançado, toda a propaganda ainda era feita como sendo estrelado pelo galã do filme bilionário. Leonardo está excelente como o outro infiltrado, ele sofre mais pela vida dupla do que o Matt Damon.

O filme tem um ritmo constante que não cai em nenhum momento, além de ser divertido. Ganhou aqui censura de 18 anos, mas só vale para quem sabe inglês e entende quando dizem f*** porque as legendas aliviaram em quase todos os f*** falados e olhe que não são poucos. Mas acredito que a censura 18 seja justificada pelas piadas de conotação sexual. E não é nada que um adolescente dos tempos atuais não esteja acostumado. Eles iriam adorar. Os Infiltrados é tão bom que me fez esquecer dois dos três trailers que passaram antes e ainda demorei para lembrar que passou Casino Royale. Não lembro dos outros dois.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Casamento / Tigre / Mar

Vamos aos filmes que vi no fim de semana. Considero os três satisfatórios.
Casamento Grego: Eu lembro de como esse filme chamou a atenção por ir tão bem nas bilheterias americanas em 2002 (pesquei o ano). É um fato inesperado para um filme assim chegar a 240 milhões. Casamento é um filme para assistir por descontração, é um misto de comédia e romance com o lado do romance se sobressaindo para mim. O que mais gostei foi a simpatia dos personagens que são caricatos. Por mais que tenham príncipios ultrapassados, você não precisa julgá-los, não é uma história que faz apologia ao conservadorismo. Nia Vardalos, que faz a filha solteirona da família grega (momento Betty, A Feia) e escritora do roteiro baseado em sua história pessoal, está excelente, tendo se esforçado para atuar ou não. Comédia envolvendo assuntos sobre diferenças culturais não é algo brilhante mas aqui é tudo muito simpático.
O Tigre e O Dragão: Dessa geração de Adagas Voadoras e Herói, só vi O Tigre e O Dragão. É tudo visualmente muito bonito, os personagens centrais passam por uma jornada, são motivados por forças internas mas o que há de melhor são as lutas marciais com aqueles movimentos que idealizam a manipulação da gravidade. É claro que não era mais novidade, mas Ang Lee enriqueceu muito a idéia das lutas de Matrix dando uma nova estética.
Mar Adentro: É um filme bastante sensível e comovente sobre um homem que passa 26 anos em uma cama por ser tetraplégico e luta pelo direito de morrer. O filme enfoca os dois lados da eutanásia mas não vai mudar a opinião do espectador sobre o assunto. Ele tem um ritmo agradável, se perde um pouco no meio mas sobe até o final. É marcado por atuações convincentes e imagens hipinotizantes para mostrar a viagem de Ramón até o mar. O diretor Alejandro Amenábar ainda conseguiu colocar doses de humor num filme tão delicado.

sábado, 18 de novembro de 2006

Jogos Mortais 3

Lá fui eu pagar quase 4 vezes mais a locação de um filme para ver Jogos Mortais na telona. É claro que paguei só pela vontade de ver. Pensei que iria assistir sozinho porque fui o primeiro a chegar na sala dez minutos antes da sessão começar. Depois apareceram algumas almas perdidas e consegui contar 26 mas não passou de 30. Mesmo com pouca gente, consegui ouvir o incômodo de alguns em certas cenas, era o que eu queria.

É um fato. Jogos 3 é o melhor de todos. O que menos importa neste são as cenas sádicas. E após dois filmes, elas nem provocam desconforto, são quase risíveis como a abertura do crânio e a sopa suína. Este trabalha mais o lado dramático, é cheio de discursos sobre perdoar quem lhe faz mal, ser menos ingrato com a vida que tem, essas coisas. Até os personagens são adultos agora. Não há mais certas figuras do Jogos 2. O terceiro enfatiza a relação entre Jigsaw e Amanda através de flashbacks e o que mais achei interessante foi aquele que mostra a preparação do principal jogo do primeiro filme. A facildade com que as vítimas são sequestradas é incrível, sem falar que o maníaco antes invade a casa, faz toda uma instalação da câmera escondida e a vítima só percebe ao ser ver na TV. Merece morrer.

A gente vê que estes três filmes foram planejados porque estão bem amarrados uns aos outros e todos eles têm uma trama se desenrolando. Então, a nível deste gênero, Jogos está acima dos outros filmes de terror recentes. Esta trilogia foi encerrada mas como continua enchendo os cofres, foi dado espaço para a quarte parte.

domingo, 29 de outubro de 2006

O Retorno

Ontem vi meu primeiro filme russo chamado Vozvrashcheniye, ou se preferir, O Retorno. Ganhou alguns prêmios internacionais e concorreu até ao Globo de Ouro. Ele conta a história de dois irmãos que nunca conheceram o pai. Em um belo dia, o pai reaparece e os leva para um passeio. O pai faz um monte de coisas misteriosas, aí o filme acaba sem sabermos as respostas. E isto é ruim? Nenhum pouco. O filme é ótimo.

Um adulto é uma entidade bastante complexa para uma criança. E é isto que O Retorno aborda. Quem é aquela figura que acaba de entrar na vida dos garotos? Por que ele age de uma forma que faz com que seus filhos o odeiem? Eles não vão saber, não têm capacidade ainda. Quando o filme acaba e ficamos sem respostas para os mistérios do pai (para quem ele telefona, o que ele desenterrou), é uma metáfora para a compreensão de um adulto por uma criança. Da mesma forma que os filhos não vão entender a atitude do pai, nós não vamos saber o que ele fazia. Quando eles entederem, já terão abandonado a infância.

Quando fui pesquisar sobre o filme, vi que um dos garotos morreu afogado logo depois das filmagens e no mesmo lago mostrado no filme. É uma coisa pertubadora de saber, principalmente nestes filmes onde tudo parece real e natural.

Padre Amaro

Sabe como matar vários cristãos de uma só vez? Colocando-os numa sala para assistir O Crime do Padre Amaro. É ataque cardíaco coletivo na certa. Imagine um filme em que tem Igreja construindo hospital com dinheiro do tráfico, padre rompendo o voto de castidade, professora de catecismo dizendo que se toca pensando em Jesus, aborto, fiél roubando dinheiro da cestinha durante o ofertório, bruxaria... acho que eles morreriam.

Uma maneira de verificar o quanto um filme prende a sua atenção é contando quantas vezes seu pensamento se desvia. O meu se desviava do começo ao fim mas acho que esta é proposta de Padre Amaro. Pelo menos eu refletia sobre os assuntos abordados no filme. Celibato, os questionamentos de Amelia durante suas confissões sobre o que é pecado, etc. O filme é convencional e só fica mais interessante depois da metade quando o romance "proibido" começa. Gael García Bernal é o ator que encara qualquer tipo de papel, ponto para ele. Seus outros papéis que eu já vi me parecem mais desafiadores que este padre.

sábado, 23 de setembro de 2006

3 em 1

A melhor coisa em locar filme que não é blockbuster é a conservação do disco. Sempre está limpo, não vem com arranhões e nem preciso tirar aquelas marcas horríveis de dedo. Vamos aos filmes do fim de semana:

Orgulho e Preconceito: Só havia basicamente uma razão para eu querer ver este. A Keira Knightley é a protagonista e ainda foi indicada ao Oscar como Melhor Atriz. Não que ela seja uma excelente atriz, mas a conheci em Simplesmente Amor e gostei dela. Em Orgulho, eu não vi nada que justificasse a tal indicação. Ela está apenas bem, nada de excepcional. Arrisco até dizer que não tem muita diferença para a outra Elizabeth (de Piratas do Caribe). Preferi mais o Matthew Macfadyen que faz o (des)interesse amoroso de Elizabeth, ele convence mais. Estes romances de época não fazem parte dos gêneros que eu gosto então não sei falar de Orgulho. Mas gostei da sincronização dos diálogos com os passos das danças.

2001: Uma Odisséia no Espaço: Acho que esse é o primeiro clássico que assisto em meses. O nome poderia ser mudado para 3001. E cuidado para não sair dançando valsa, nunca ouvi tanto Strauss sem ser numa festa de 15 anos. O filme é uma ficção científica fascinante. Os efeitos especias devem ter sido mais ainda para aquela época. 3001 é cheio de tomadas longas, estações e naves espaciais que se movem, movem, movem e movem, também giram. Confesso que o final é muito enigmático para mim. E não é uma questão de rever o filme. A resposta não está lá.

Os Esquecidos: Já devo ter visto alguma reportagem dele por aí nesses programas sobre cinema mas só peguei mesmo porque tinha a Julianne Moore na capa do DVD. O filme é um suspense convencional que tenta criar uma clima dramático através do amor entre mãe e filho. Vale a pena ser visto só pelos sustos que vai levar. Ainda tomei três mas os seguintes foram previsíveis. Bem idêntico a Plano de Vôo, só que este veio depois e só tem humanos.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

I've seen what I was - I know what I'll be

Dançando no Escuro era o filme que eu mais queria ver há meses. Lia um comentário aqui, outro ali e eu só ficava mais interessado. Talvez seja o filme que mais fiquei interessado em toda a minha vida. Só conhecia a canção I've Seen It All. Após tanto esperar, eu consegui assistir há 10 dias. E foram logo três vezes em três dias seguidos para rever o que eu tinha gostado e para tentar achar o que eu tinha perdido.

Gostei muito. Mas como eu não sabia o que esperar dele por completo, não tem como dizer se superou minhas expectativas. A única coisa que eu sabia era que é um filme extremamente comovente. Está aí o que devo ter perdido. Não fiquei abalado como as pessoas ficaram (pelo menos 99% das pessoas que viram, e deixaram comentários pela internet e que eu li, choraram). Sim, o filme tem muitos motivos para deixar o espectador afetado, e com razão. Mas o problema foi comigo mesmo. Não senti nada.

DnE foi o segundo filme de Lars von Trier que vi. O primeiro foi Dogville. Mas só foi com DnE que conheci mais o diretor. Queria ver Dogville de novo. DnE conta a história de Selma, interpretada perfeitamente pela Björk (possivelmente a única pessoa capaz de fazer o papel), uma imigrante da Tchecoslováquia que mora nos EUA para salvar a visão do filho. Selma é humilde, cativante, apaixonada por musicais e faz de tudo pelo filho. E como ela sofre. É angustiante. Não posso falar muito do Lars. Sei que ele tem orgulho de nunca ter colocado os pés em solo americano. Em DnE, ele critica severamente o sistema penitenciário daquele país que constrói uma nação a partir da eliminação de seus civis - pena de morte. Outra característica dele é usar a câmera de mão, aquela imagem tremida. Aqui funciona muito bem, aumenta a realidade das cenas. Sem falar que o Lars consegue alguns ângulos incríveis dos rostos dos atores favorecendo o talento de cada um. Ele também é conhecido por explorar bastante o ator. E Björk, do jeito que já é, não suportou...

Faltando pouco tempo para acabarem as filmagens, ela rasgou um vestido com os dentes e abandonou tudo. Sumiu. E ninguém sabia onde estava. Lars nunca se sentiu tão traído. Ele e Catherine Deneuve chegaram a usar uma camisa com IDIOT durante os dias em que ficaram decidindo qual rumo seguir. Esta história está no documentário "Os 100 Olhos de Lars Von Trier" que é tão bom quanto o filme. Depois, Björk resolveu voltar e finalizaram o filme. Björk disse que foi a primeira e última vez que trabalhou como atriz, mesmo levando o prêmio de Melhor Atriz em Cannes. Aposentadoria em grande estilo.

DnE é excelente mesmo. Até agora só consegui analisar o filme como uma crítica aos EUA e apreciar as qualidades de Lars von Trier. Mas entendo quem teve que tomar medicamento para sair do estado de choque após a experiência Dançando no Escuro.