
A decisão de fazer este filme veio após o documentário Ônibus 174 do José Padilha em que Barreto se interessou pelo fato de a única pessoa no enterro do Sandro ter sido sua mãe adotiva. Última Parada deve ser melhor classificado como uma ficção baseada em fatos reais. O seu maior problema é ser preguiçoso e querer pegar carona no sucesso de Cidade de Deus. E olhe que o filme do Meirelles já tem mais de cinco anos. Também não é novidade que ambos tenham sido escritos pelo Bráulio Mantovani. Os diálogos são tão exageradamente recheados de palavrões que é como se fosse uma linguagem mecânica de uma fórmula. Isto me irritou profundamente. Última Parada oscila bastante, são estes momentos que odiei e outros até bem convincentes graças aos dois atores principais iniciantes que entregam atuações de primeira. Gostei bastante da personagem Soninha, a prostituta e parceira do Sandro. Ao lado dela, o rapaz é um poço de imaturidade.
Não gostei de certas gracinhas introduzidas nas cenas do sequestro do ônibus. Quando ouvi o público rindo naquele momento supostamente dramático, fiquei com a impressão de que faltou um pouco de respeito com o incidente. Não vou mentir que fiquei arrepiado quando o Sandro e a Geisa descem do ônibus e o policial dispara a arma. Mas o efeito logo passou e só lamento por esta ser a indicação brasileira para o Oscar. Última Parada é um filme pipoca que não detestei por completo pois ele flui bem até o final, é totalmente assistível. Fiquei convencido de que este estilo precisa evoluir. Não é surpresa que meus filmes brasileiros preferidos deste ano sejam Estômago, Os Desafinados e Linha de Passe.
Nota: ***
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