Alfonso Cuarón elevou exponencialmente o nível no Prisioneiro de Azkaban. Mike Newell foi mais além no Cálice de Fogo. Aí chega a vez do David Yates que não vai deixar saudades com a Ordem da Fênix. A Warner insiste e o chama novamente para dirigir o Enigma do Príncipe (chamaram o Guillermo del Toro mas ele recusou). O resultado é um filme que não só traz a franquia de volta para os eixos como também humilha o seu antecessor. Agora eu confio no David Yates para comandar as duas partes finais. Ainda não sei se este novo Harry Potter é o melhor de todos, é muito provável que seja. Mas tenho certeza de uma coisa, agora fico satisfeito em saber que o último livro foi dividido em dois filmes porque é mais fácil pensar, neste momento, que não precisarei encarar o próximo como o último. É difícil abandonar uma coisa que você vem acompanhando e eu comecei em 2001. E esta série fala justamente sobre crescimento, é sobre olhar como a sua própria vida se desenrola enquanto os personagens se desenvolvem. Não importa se você começa a ler com dez ou vinte anos de idade porque as mudanças acontecem para todos. Foi um sofrimento a leitura do sétimo livro e quando 2011 chegar, a história acaba no cinema, dez anos depois. Vamos ao filme.
O roteiro do Steve Kloves, que retorna ao trabalho após um filme ausente, é corrido mas flui perfeitamente bem. Se você acha que o quarto livro foi o mais mutilado, é porque não assistiu o novo filme. Não é uma reclamação mas as descobertas sobre o passado de Voldemort, o mistério sobre a identidade do Príncipe e as atividades ocultas do Malfoy ficaram em segundo plano em relação ao fervor dos hormônios destes alunos que agora chegam ao sexto ano em Hogwarts. Houve um desequilíbrio aí que, no entanto, não me incomodou porque o ponto forte do roteiro é a relação interpessoal do trio principal que nunca foi explorada de forma tão intensa e verdadeira como agora. Vale ressaltar também que este é o roteiro adaptado mais original da série e é legal ver que ele teve esta liberdade. Antes de ver o filme, li que muitos críticos estavam dizendo que era o mais engraçado de todos. Fiquei um pouco preocupado porque sempre tenho problemas com o que chamam de humor. Foi um alívio saber que eles estavam certos. Não é errado chamar o Harry Potter 6 de comédia romântica. As piadas estão muito divertidas e sem maldade.
O visual é de cair o queixo e ainda chamam o diretor de fotografia Bruno Delbonnel de Amélie Poulain que explora as cores nas diversas situações, sejam elas diurnas ou noturnas, quentes ou frias. A cena noturna no milharal, por exemplo, mostra o seu estilo cartunesnco adotado em Amélie. Parece uma iluminação artificial mas com muita beleza. Elogiar efeitos especiais já se tornou batido se bem que alguns deslizes já foram cometidos antes. A cena completa quando Dumbledore cria aquela cortina de fogo na caverna ficou emocionante.
Se há uma coisa de que esta franquia pode ser orgulhar é do seu elenco adulto. Há sempre uma grande expectativa para ver como o novo professor vai se sair e o Slughorn do Jim Broadbent (o pai da Bridget Jones) superou as minhas expectativas. Este filme marca a superação de outros atores. Tom Felton amadureceu muito bem. Michael Gambon deu uma nova dimensão ao Dumbledore. Helena Bonham Carter estava exagerada no anterior e agora finalmente acertou o tom. Alan Rickman alcançou a sua glória. E o Daniel Radcliffe? Limitado como sempre. Acho que ele estava melhor no anterior. Fui ver se tinha escrito sobre isso na Ordem e lá descobri que ele tinha sido o meu preferido do trio! Jamais vou repetir esta frase para o novo filme.
Já vi muitos fãs xiitas reclamando deste por não ter ação. Sim, é verdade. E fico feliz que a série tenha crescido o suficiente para sobreviver sem depender da quantidade de cenas de ação. Achei a memória que revela sobre horcruxes de arrepiar. Este filme não foca na brutalidade e sim na fragilidade destes personagens que vivem um presente incerto. Não acho que seja possível analisá-lo por ângulo distante do mundo da fantasia então é provavelmente apenas o melhor HP com uma qualidade indiscutível. Harry Potter 6 inicia uma trilogia que, tudo indica, ainda terá seu momento mais angustiante. Chegou a hora para esta equipe mostrar o último resultado de um trabalho que nunca decepcionou ao longo dos anos (HP5 está longe de ser ruim). Material é o que não vai faltar para ser trabalhado.
O roteiro do Steve Kloves, que retorna ao trabalho após um filme ausente, é corrido mas flui perfeitamente bem. Se você acha que o quarto livro foi o mais mutilado, é porque não assistiu o novo filme. Não é uma reclamação mas as descobertas sobre o passado de Voldemort, o mistério sobre a identidade do Príncipe e as atividades ocultas do Malfoy ficaram em segundo plano em relação ao fervor dos hormônios destes alunos que agora chegam ao sexto ano em Hogwarts. Houve um desequilíbrio aí que, no entanto, não me incomodou porque o ponto forte do roteiro é a relação interpessoal do trio principal que nunca foi explorada de forma tão intensa e verdadeira como agora. Vale ressaltar também que este é o roteiro adaptado mais original da série e é legal ver que ele teve esta liberdade. Antes de ver o filme, li que muitos críticos estavam dizendo que era o mais engraçado de todos. Fiquei um pouco preocupado porque sempre tenho problemas com o que chamam de humor. Foi um alívio saber que eles estavam certos. Não é errado chamar o Harry Potter 6 de comédia romântica. As piadas estão muito divertidas e sem maldade.
O visual é de cair o queixo e ainda chamam o diretor de fotografia Bruno Delbonnel de Amélie Poulain que explora as cores nas diversas situações, sejam elas diurnas ou noturnas, quentes ou frias. A cena noturna no milharal, por exemplo, mostra o seu estilo cartunesnco adotado em Amélie. Parece uma iluminação artificial mas com muita beleza. Elogiar efeitos especiais já se tornou batido se bem que alguns deslizes já foram cometidos antes. A cena completa quando Dumbledore cria aquela cortina de fogo na caverna ficou emocionante.
Se há uma coisa de que esta franquia pode ser orgulhar é do seu elenco adulto. Há sempre uma grande expectativa para ver como o novo professor vai se sair e o Slughorn do Jim Broadbent (o pai da Bridget Jones) superou as minhas expectativas. Este filme marca a superação de outros atores. Tom Felton amadureceu muito bem. Michael Gambon deu uma nova dimensão ao Dumbledore. Helena Bonham Carter estava exagerada no anterior e agora finalmente acertou o tom. Alan Rickman alcançou a sua glória. E o Daniel Radcliffe? Limitado como sempre. Acho que ele estava melhor no anterior. Fui ver se tinha escrito sobre isso na Ordem e lá descobri que ele tinha sido o meu preferido do trio! Jamais vou repetir esta frase para o novo filme.
Já vi muitos fãs xiitas reclamando deste por não ter ação. Sim, é verdade. E fico feliz que a série tenha crescido o suficiente para sobreviver sem depender da quantidade de cenas de ação. Achei a memória que revela sobre horcruxes de arrepiar. Este filme não foca na brutalidade e sim na fragilidade destes personagens que vivem um presente incerto. Não acho que seja possível analisá-lo por ângulo distante do mundo da fantasia então é provavelmente apenas o melhor HP com uma qualidade indiscutível. Harry Potter 6 inicia uma trilogia que, tudo indica, ainda terá seu momento mais angustiante. Chegou a hora para esta equipe mostrar o último resultado de um trabalho que nunca decepcionou ao longo dos anos (HP5 está longe de ser ruim). Material é o que não vai faltar para ser trabalhado.